A polarização chegou ao Legislativo de Avaré e a cada dia, mais um ‘capítulo’ soma-se à sequência de ataques nunca vista na Câmara Municipal, cujo embates acabam na judicialização.
Segundo apurou pesquisa informal do in Foco em suas redes sociais, a guerra entre situação e oposição já não é tão bem vista e a maioria dos eleitores critica a falta de comprometimento com as necessidades da população. Matéria específica sobre o tema será publicada na próxima semana.
Ontem, 25, em mais um ato o atual presidente Carlos Wagner (PSD) demitiu todos estagiários do programa Jovem Profissional, sob a alegação de que não houve processo seletivo (são mais de dez atualmente) e “não houve a realização do impacto financeiro”.
Como todos estagiários foram contratados pela situação, o ato soou como retaliação – assim quando a mesa diretoria – hoje formada pela tríade Flávio Zandoná, Roberto de Araujo e Ana Paula Tiburcio – também demitiu todos os assessores da oposição, sem qualquer justificativa.
Estranhamente, esse projeto envolvendo estagiários foi aprovado por unanimidade, ou seja, por todos os vereadores, incluindo a oposição, no final do ano passado – o que reforça a tese de retaliação, ato tão criticado por eles mesmos, toda semana em plenário.
O ato foi publicado no site do legislativo, juntamente com sua anulação, determinada por um ato da mesa, no qual os vereadores juntamente com a diretora Adria de Paula, argumentam que não é de responsabilidade do presidente exonerar, promover, gratificar ou contratar e sim da mesa.
A revogação é acompanhada do parecer jurídico que embasa essa argumentação e de uma declaração da chefia financeira, alegando que não há impacto financeiro, além da ata da reunião – realizada ontem às 11h00 – entre o presidente e os demais membros da mesa sobre o assunto. Contratados por este programa ganham em média de R 1.165 a 2.193 por mês atualmente – salários irrisórios se comparados a média legislativa de 5/6 mil reais por concursados e comissionados.
Entretanto, ao contrário do que muitos apoiadores esperavam com a eleição da oposição para a presidência, a diretora da Câmara Adria de Paula, cujas gratificações já foram denunciadas (inclusive pelo in Foco), permanece no cargo, mesmo recebendo um alto salário (mais de 70 nos três primeiros meses do ano).
Questionado pelo in Foco, o presidente do legislativo disse que a “competência para exonerar é da Mesa; o Barreto exonerou a Adria em um Ato unilateral, ela ingressou na Justiça e retornou”. Porém, ele não explicou porque apenas a exoneração da diretora seria competência da mesa e as outras, dele.
A reportagem questionou ainda o presidente sobre a demissão de assessores para o enxugamento da máquina, já que a redução de custos sempre foi defendida pela oposição e apoiada pela população. Um dos aumentos – além das gratificações – foi gerado com a contratação de 13 assessores (um para vereador). Na época o projeto foi rejeitado pela oposição; mas meses depois, todos acabaram voltando atrás e contratando assessores que ganham em média mais de 5,5 mil reais por mês.
“Ato da Mesa, questionem eles! E não tive acesso a nenhuma recomendação do TCE para exonerar assessores, mais sim quanto ao pagamento de gratificação a comissionados”, respondeu Wagner sobre isso.
Veja abaixo os atos do presidente e da mesa.
https://camaraavare.sp.gov.br/semanarios2/cf6bc456879fa6d1943a6a6b0a411eca.pdf