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Se você acredita que ter um guarda-roupa cheio com as últimas tendências, peças em alta lamento dizer que a possibilidade de você compor sua imagem – seja qual for – com elas é quase zero.

Há uma crença limitante entre as mulheres de que ter ilimitadas opções de vestuário “da moda”, farão delas “elegantes e antenadas” ao que o mercado preconiza. É o mais com mais, e ainda mais…um completo equívoco.

É o chamado ‘fast fashion’ que vem na contra mão não apenas da moda conceitual, mas principalmente de questões ambientais e sociais. Tenho enfatizado isso nas redes sociais – deve-se priorizar a qualidade das peças, sempre e acabar com o velho preconceito de não repetir um look.

Isso não existe! Repito muitos looks, pois eles combinam perfeitamente comigo, com minha essência e minha personalidade. Assim como eu, muitas mulheres sabem que elegância não ter a ver com o que se veste, mas sim como ela se sente em relação ao que veste.

Mas vamos derrubar outra crença: a de que é preciso ter dinheiro, muito dinheiro, para comprar peças de renomadas grifes e dar adeus ao fast fashion. Isso também é um engano. Você consegue comprar ótimas peças em bons brechós ou lojas de moda circular, por exemplo.

Mas afinal, por que priorizar sempre a qualidade? Pela durabilidade, pela atemporariedade de uma peça que não se limita as tendências passageiras.  E principalmente: se ela realmente veste a sua personalidade, seu estilo. Daí, a importância de se conhecer através de nossos cursos.

Origem

A indústria da moda está entre as maiores do mundo, e cresce em uma velocidade exponencial. O ramo movimenta trilhões de dólares em todos seus segmentos. Boa parte disso é atribuído ao fast fashion, um modelo de negócio em que peças são fabricadas, consumidas e descartadas constantemente e com muita rapidez.

Até o século 18, a confecção de roupas era algo demorado. Para fazer uma peça, era necessário ter acesso aos tecidos e materiais e saber manipulá-los, e isso custava tempo e dinheiro. Por essa razão, era comum que as peças fossem feitas para ter uma maior duração.

A partir da Revolução Industrial, em 1790, os processos foram sendo facilitados pouco a pouco. A invenção das máquinas de costura, por exemplo, foi determinante e possibilitou que as roupas fossem produzidas em maior velocidade e quantidade.

O conceito de fast fashion (ou “moda rápida”, em português) surgiria apenas na década de 1990, com o barateamento tanto da mão de obra quanto da matéria-prima na indústria têxtil. Lojas famosas investiram em peças que lembravam a alta costura, porém com custo baixo para o consumidor e um tempo de vida reduzido. Rapidamente, esse modelo se tornou um fenômeno entre o público e se expandiu por todo o mundo na década seguinte.

Tudo isso tem um ‘preço’ e impactos negativos sociais e ambientais. Após a rápida expansão do modelo, a indústria da moda se tornou a segunda mais poluente do mundo, graças à utilização de tinturas de baixa qualidade, insolúveis ou produtos à base de metais pesados.

A confecção de tecidos sintéticos derivados de combustíveis fósseis também contribui negativamente para o planeta, graças às emissões de carbono e gases tóxicos na atmosfera, aumentando a quantidade de plástico nos oceanos.

Meio Ambiente

Outro fator prejudicial ao meio ambiente é o descarte exacerbado de roupas. No anseio de acompanhar as tendências da moda, as peças produzidas pelas fast fashion acabam se tornando descartáveis, sendo jogadas no lixo em poucos meses.

Só no Brasil, são produzidas cerca de 170 mil toneladas de resíduos de tecidos todos os anos. Muito desse material se torna inutilizável graças à falta de manejo adequado. Quando descartadas de forma correta, muitas roupas podem ser recicladas. O emprego de mão de obra precarizada ou escrava é outro grande problema relacionado ao fast fashion. Observando esse cenário, pode parecer muito difícil acreditar em um tipo de fast fashion sustentável.

Apesar de serem produzidas peças iguais em larga escala, a distribuição das peças é fragmentada entre os países para dar a sensação de exclusividade aos consumidores. Isso significa que poucos modelos da mesma peça chegam numa mesma loja.

Peças fast fashion são utilizadas menos de cinco vezes e geram 400% mais emissões de carbono do que peças comuns, que são utilizadas 50 vezes. A fibra têxtil mais empregada na moda é o poliéster, um plástico. E o poliéster demora em torno de 200 anos para se decompor.

Para além dos impactos gerados na produção, também existe o problema do descarte. Com um ciclo de vida tão curto, muitas peças vão parar precocemente em aterros sanitários e lixões.

Estima-se que o norte-americano médio, por exemplo, jogue fora cerca de 37 quilos de roupas todos os anos – esse é o peso de uma criança de 11 anos. Isso apenas nos Estados Unidos. Para se ter ideia de quão grande é a crise global de resíduos têxteis, basta imaginar um caminhão de lixo cheio de tecidos e roupas sendo jogado em aterros a cada segundo do dia, todos os anos.

Por tudo isso, convido você a refletir sobre esse consumismo descartável e conhecer a si mesma; afinal, você não é ‘fast’, mas pode ser ‘fashion’ se vestir-se de você mesma!