Embora tenha vagas preferenciais, Avaré ainda peca muito quando o assunto é acessibilidade, principalmente no que se refere a ocupação indevida das vagas e principalmente, transitabilidade nas calçadas.
Esse é o balanço feito pela cabeleireira Priscilla Pesente Borzani, cadeirante por conta de amputações em decorrência de diabetes que já foi tema de matéria no in Foco em virtude de sua campanha para conseguir próteses. Entretanto, Priscilla tem sido a voz de muitas pessoas com deficiência, já que ela tem denunciado principalmente nas redes sociais, os problemas de acessibilidade – fato também já abordado pelo in Foco.
Recentemente ela listou algumas dificuldades; na área central, segundo ela, os principais problemas são vagas preferenciais ocupadas sem o cartão de PcD porque provavelmente não são deficientes; dificuldade na locomoção pelo péssimo estado das calçadas e dificuldade de entrar nas lojas e locomoção interna.
“Como somos esquecidos geralmente não tem rampas e acesso fácil para nós, então dificulta. Mas como eu e meu esposo Fabio Vasconcellos já estamos acostumados a gente vai simplesmente afastando as coisas para eu poder passar com ajuda dos funcionários que sempre são simpáticos e solidários e mesmo porque a culpa não são dos funcionários e sim dos donos que não adapta o local”, escreveu ela numa postagem.
“Venho aqui lembrar que foi estabelecida uma Lei assinada pelo prefeito que daria um prazo para os senhores comerciantes de Avaré adaptarem seus comércios para receber os deficientes que também tem direito de ir e vir. Mas a Câmara de Avaré junto com os vereadores prorrogaram esse prazo.(absurdo). Então venho aqui pedir para os senhores comerciantes e também vereadores que parem de excluir nós deficientes e nos ajude a ter mais liberdade. (…) Avaré não é uma cidade turística??? Como que uma cidade turística vai receber um deficiente no centro da cidade se é impossível se locomover e entrar em uma loja??? Isso é um ponto também para uma cidade turística que tem sua população deficiente e tem os visitantes para a então “cidade turística””, desabafou, enfatizando : “Vamos dar atenção a nós senhores comerciantes e vereadores”.
Numa outra postagem, Priscilla também cobrou mais acessibilidade no Arenão, obra turística na qual ela enfrentou inúmeros obstáculos para ir ano passado.
Em entrevista ao in Foco, ela reforçou ainda a falta de vagas e acesso em postos de saúde e escolas em Avaré. Priscilla não tem apenas postado suas indignações, como tem denunciado as autoridades competentes, alguns abusos e absurdos como na avenida Anápolis – via que concentra boa parte de revendas de veículos e autopeças, mas que não respeitam a acessibilidade.
Um vídeo feito por ela, mostra calçadas completamente tomadas por carros estacionados e infláveis promocionais que não deixam sequer espaço para transeuntes, muito menos cadeirantes. A denúncia já foi feita a Demutran e Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Nesta terça, 1º, Priscilla também denunciou à Unesp de Botucatu, a ocupação indevida da vaga PcD. “As vagas são ruins e as calçadas para de locomover também; e lá é um hospital; existem muitos deficientes e cadeirantes”, enfatiza.
A reportagem do in Foco questionou a Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência sobre a questão da acessibilidade do Arenão e a realização de rampas, mas ela ainda não retornou.