Ainda sobre a polêmica envolvendo o uso da área avaliada em 24 milhões de reais em Avaré (veja matéria no link abaixo), não apenas o ex-prefeito Joselyr Silvestre, mas também seu filho, atual prefeito Jô Silvestre, usou as redes sociais para criticar a oposição que quer impedir a venda, cobrando as promessas de campanhas e também um “ex-prefeito”, depois que o pai publicou documentos que comprovariam que ele, Silvestre pai, teria adquirido a área.
Jô Silvestre foi às redes sociais para “desmentir um jornal da oposição”: “Desmentindo uma matéria de um “jornal”, ou melhor jornal da oposição que alega em uma matéria publicada na semana passada, que não foi no meu mandato a desapropriação da área dos 68 alqueires para o município. Aqui está o decreto de utilidade pública de nº 5.245 de 31 de julho de 2018 e o Termo de Audiência e Conciliação de 06 de junho de 2019 do Tribunal de Justiça”, afirmou, complementando : “É fácil os vereadores resolver; ou vota a FAVOR do projeto e a Favor do povo ou vota CONTRA o povo . Não façam rodeios. Está nas mãos dos vereadores as melhorias a serem feitas com a aprovação do projeto”.
Logo depois ele publicou uma entrevista que deu a algum órgão de imprensa não citado, na qual ele confirma que a “ finalidade era construir uma parte da área em distrito industrial e outra parte fazer parceria privadas para construção de casas populares “ minha casa minha vida”” e afirma que a área destinada ao cemitério foi preservada e não está à venda.
Ele justifica a mudança explicando que o projeto do distrito industrial “exige infraestrutura gigante, ruas todas pavimentadas, instalação de gasoduto , instalação elétricas de alta e baixa tensão, iluminação pública , e aprovação da Cetesb e dos demais órgãos competente . Tudo isso inviabilizou a gente continuar sonhando com esse projeto , pois os valores ultrapassariam a casa de 15 milhões de reais”, argumenta.
Segundo ele com relação as moradias populares seriam em outro local. “As casas populares igual o CDHU já demos início, já contratamos empresa através de licitação e a empresa está dando entrada nos órgãos competente (…). Só que o local é outro onde vai ser construído não é nesse , pois eu já tinha adquirido uma área para construir casas antes de adquirir essa área de 68 alqueires. A área que serão construídos as 12 torres de prédios populares é 6 alqueires ao lado do bairro Paraíso”, escreveu.
Na entrevista, ele também fala sobre a oposição ser contra a venda: “Acho tudo politicagem, não estão pensando no povo, estão pensando em atrapalhar nossa gestão , o ano que vem é meu último ano e sabem que essas obras dando certo a população vai reconhecer que foi feito a melhor decisão . Eles tem medo das urnas , o líder deles já derrotei duas vezes , se eu pudesse me candidatar de novo seria a terceira . Porém esses vereadores não estão pensando que muitos deles vão tentar se reeleger, e é isso vai pesar quando o povo lembrar que foram contrários aos investimentos na cidade , pois um vereador contra o povo não merece ser reeleito”.
Na postagem, ele responde a uma suposta pergunta: “Notamos quem tem até ex-prefeito, ex-secretário fora da política atualmente escrevendo algo na internet , você ficou sabendo ?”. Jô responde : “Escrever podem escrever é direito deles , mas mentir é feio . Teve um que ficou cobrando a venda da área porque estava parada e agora postou que é contra a venda. Mas o motivo é que agora vésperas de ano de eleição é onde separa o joio do trigo, querem que a coisa não dê certo para ano que vem poder discursar em cima do tema. Tem um que onde pois a mão recente levou pau nas urnas e continua escrevendo besteiras, não caiu a ficha ainda que na política a fila também anda”, disse.
Ainda na “entrevista”, Jô finaliza com uma “mensagem” : “Eu não vou obrigar vereador a aprovar projetos , até porque é o cúmulo ter que implorar para um político representante do povo votar favorável , é um absurdo tem que pedir para o representante do povo isso . Isso tem que ser sempre , eles tem que pensar no povo sempre . Se não gostam de mim , que me derrotem nas próximas oportunidades , eu também não gosto desse povo que trabalham contra , mais meu trabalho eu faço pensando no povo não no meu grupo político . Eu não fico com politicagem , meu trabalho sempre será sério a favor da população . A população tem que ir para a câmara municipal e cobrar do seu vereador para que ele faça o melhor pra cidade sempre”.
Entenda
No projeto que enviou à Câmara e que ainda não foi votado, Jô Silvestre alega no projeto que o dinheiro da venda seria utilizado nas revitalizações do Lago Berta Bannwart, na Brabância, e no Horto Florestal Neto Guazzelli, além da restauração da Fonte Luminosa do Largo São João e da pavimentação e recapeamento de diversas ruas. As argumentações contrariam suas promessas de campanha com relação a destinação da área; em 2020 ele disse que a área abrigaria um novo distrito industrial (que já teria cadastro de dezenas de empresas) com mais de 300 lotes, além de moradias populares. “ No local iremos criar o programa de lotes sociais destinado à população que, infelizmente, não tem acesso aos financiamentos da casa própria. A Prefeitura entra com o terreno e os beneficiados podem construir a sua própria casa, inclusive no sistema de mutirão”, prometeu na época.
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