Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, o País começa a ensaiar um retorno de atividades econômicas em várias cidades após o ápice da segunda (ou terceira ) onda da pandemia. No entanto, junto ao sentimento de esperança de quem acompanha o avanço da imunização e que projeta a volta ao normal, é preciso manter a cautela.
O alerta é dos cientistas. Isso porque ainda que a vacina seja uma importante saída para o fim da pandemia, é essencial manter os protocolos de prevenção mesmo após a vacinação – especialmente quem ainda não está com a imunização completa, com a aplicação de duas doses da vacina. Devido às mutações e variações do vírus, mesmo quem foi imunizado corre o risco de ser contaminado e até transmitir para outras pessoas.
A necessidade de prolongar os cuidados preventivos surge porque o organismo precisa de um certo tempo para desenvolver anticorpos contra a doença, fazendo com que a imunização só seja concluída algumas semanas após a aplicação da segunda dose. Tomar a vacina, no entanto, previne casos graves e mortes – daí a importância vital dos imunizantes.
Botucatu é um bom exemplo que embasa o que a ciência diz. A cidade que vacinou sua população em massa com a primeira dose da vacina AstraZeneca em 16 de maio, registrou quedas de 81% dos casos de covid-19 em três semanas e de 53,6% nas internações de casos positivos pela doença no último mês.
Entretanto, logo após o dia D de vacinação, houve um aumento de recorde no número de casos, justamente por conta do relaxamento dos protocolos. Mas logo depois, com a conscientização da população e a retomada dos cuidados, ocorreu a redução.
O estudo de vacinação da em massa da Fiocruz aplicou o imunizante em 66 mil pessoas em Botucatu no dia 16 de maio. Após o chamado ‘Dia D’, a cidade já chegou a quase 122 mil pessoas imunizadas ao menos com a primeira dose, o que corresponde a 82% da população da cidade. Destas, pouco mais de 25 mil já receberam a segunda dose. A aplicação da segunda dose para os 66 mil vacinados do Dia D está prevista para agosto.
Em Avaré, pouco mais de 14 mil pessoas até o momento tomaram as duas doses e outras 1,4 mil a dose única.
Tira-dúvidas sobre vacinação
Por que usar máscaras e continuar com o distanciamento social mesmo após a vacinação?
Porque a resposta de imunidade varia de pessoa para pessoa e se uma delas estiver contaminada expele gotinhas infecciosas ao falar, tossir, espirrar ou cantar. Não vale deixar a máscara no ouvido, no pescoço, no bolso: a máscara tem que ser usada o tempo inteiro, cobrindo o nariz e a boca, e a distância entre as pessoas deve ser de no mínimo um metro e meio.
Quais os principais cuidados após a vacinação?
As recomendações sanitárias continuam as mesmas: distanciamento, uso de máscaras e limpeza constante das mãos. Outra dica importante é evitar levar acompanhantes caso você precise de atendimento médico ou faça outras saídas essenciais.
Posso me vacinar gripado ou com febre?
Para receber a vacina, você deve estar com boas condições de saúde. Por isso, não podem se vacinar pessoas gripadas, com febre ou que estejam se recuperando de alguma doença grave. Caso tenha dúvidas sobre quais sintomas exigem o adiamento da vacinação, procure o posto de saúde quando for chamado e busque informações com os profissionais do local.
Você sabia?
Doenças como poliomielite, meningite, sarampo e catapora sumiram graças ao sucesso das vacinas. O processo de imunização fez com que, mesmo com vírus e bactérias ainda existindo, as pessoas não desenvolvessem mais as doenças. Com a Covid-19, o caminho deve ser o mesmo – por isso, é essencial se vacinar para evitar uma terceira onda da pandemia.