
Um flagrante chamou a atenção em Avaré recentemente: um munícipe postou um vídeo de uma cadeirante percorrendo a avenida em meio aos carros e caminhões – um vídeo alarmante, pois expõe o risco de acidentes – tanto para a cadeirante, quanto para outros veículos -, tudo por falta de acessibilidade, que em tese, é garantida por lei.
Tudo isso porque a calçada não tem condições de tráfego para ela, mesmo com uma cadeira motorizada. Ela faz este trajeto semanalmente para fazer fisioterapia na UniFSP. “Desde o ano passado estou passando por isso. Estou cansada de pedir uma solução”, desabafou ao in Foco. “O que eu quero é fazer valer os meus direitos”, afirma Luciana Marfinati Bravin.
Ela é obrigada a enfrentar o perigo das ruas uma vez por semana, percorrendo a estrada Avaré-Iaras e a Avenida Carlos Ramires, colocando em risco a própria vida. Luciana ainda alerta que a situação é péssima também para outros deficientes, como cegos, mães com carrinhos de bebês e idosos. Além das calçadas intransitáveis pela péssimo estado, Luciana enfrenta a falta de rebaixamento de guias.
O vídeo, registrado por Luiz Santana, um colaborador de um posto de combustíveis, repercutiu e gerou revolta de outras pessoas com deficiência.
“Sou uma pessoa com deficiência cadeirante e é impossível transitar na rua. E agora estão focados em apenas uma deficiência aqui na cidade, então acaba sendo impossível por mais alguns anos ter algum tipo de projeto e acessibilidade para nós. A pessoa com deficiência cadeirante também precisa de tratamentos, fisio, médicos especializados , enfim também precisa de tratamentos. Sou uma pessoa com deficiência dependente de uma cadeira de rodas há dois anos. Enfim, tem que parar de focar somente em um deficiência e usar verdadeiramente a palavra inclusão”, desabafou Priscila Borzani.
“Meu irmão é cadeirante e por várias vezes quase foi atropelado porque as calçadas não tem acesso e a maioria em mau estado de conservação impedindo que ele transite pela mesma tendo que correr risco, pois na rua tem que desviar dos carros estacionados indo ainda mais para o meio da via”, reforçou a internauta Daniele Machado.
Conforme relatou ao in Foco, Luciana teve que amputar a perna por um erro médico cometido há 8 anos por um profissional do Pronto Socorro; ela tem câncer de alto grau. A cadeira foi doada pela Unesp; de Avaré, ela afirma que só recebeu ajuda da ABOVA.
A matéria será enviada a secretaria de Comunicação do governo e ao Ministério Público.
Municipe registra estado das calçadas que impede cadeirante de usar a via reservada a pedestres.