Mais um caso a ser investigado pelo Ministério Público; um homem de 54 anos morreu hoje a tarde vítima de covid-19, mas havia sido diagnosticado com gripe antes de ser internado na UTI da Santa Casa de Avaré. Esse é o segundo caso que vem a público caracterizando um possível descaso em relação a diagnósticos que para ser concluídos, necessitam de mais exames. Em março, a jovem M.C. também faleceu por coronavírus depois de ter denunciado o erro em seu diagnóstico.
Este caso já havia sido denunciado na segunda-feira pela vereadora Adalgisa Ward durante a sessão, quando apresentou o relato da esposa da vítima. Segundo a esposa, identificada como Ceci, uma médica teria diagnosticado o marido como gripe, sem que exames fossem realizados, mas o homem estava com coronavírus e hoje lamentavelmente acabou falecendo.
“Meu esposo é caminhoneiro e ele chegou no sábado (dia 8 de maio) muito mal e foi ao Pronto Socorro Municipal e ele foi atendido por uma médica, a Doutora Andressa. Ela falou que era uma gripe forte”, disse.
No áudio exibido na sessão, Ceci relatou que o marido pediu um exame de tomografia, o que teria sido negado pela médica. “Ele pediu para tirar uma tomografia e ela falou que não era necessidade de tirar a tomografia porque era uma gripe forte. Ele pediu para fazer o exame do covid e foi falado que não precisava. Simplesmente deu um remedinho só para ele e pediu para ele ir para casa”.
Ela revelou ainda que como o marido estava mal, foi até uma farmácia onde foi diagnosticado que ele estava com a covid. “Como ele estava passando muito mal, no domingo (dia 9) à noite a gente levou ele na farmácia e ele fez o outro exame nasal e eu fiquei horrorizada, porque na hora a enfermeira falou para levar ele direto para o PS”.
Após o diagnóstico, o homem foi encaminhado novamente ao Pronto Socorro, onde acabou sendo internado. “Levamos ele no Pronto Socorro e internaram ele. Meu marido acabou sendo internado na Santa Casa e ele está intubado na UTI da Santa Casa”, contou no relato feito quando o marido estava intubado.
Ela pediu que os pacientes no Pronto Socorro não sejam atendidos com descaso. “Por favor não fica atendendo o povo com descaso. Meu marido mal que estava, tinha que ter feito a tomografia, quem paga isso é a gente mesmo, é o nosso dinheiro que está lá dentro. Hoje meu esposo intubado. Eu estou desesperada. O que essa médica está pensando? Vamos atender o ser humano como humanos”. O corpo do homem foi sepultado no Cemitério Municipal. Como a morte foi por Covid, não houve velório.
Outras reclamações
O neto de uma idosa de 82 anos usou uma rede social para revelar falhas no transporte de pacientes em ambulâncias no Pronto Socorro Municipal. Segundo V.F.J., a avó teria sido transportada ao lado de um paciente com caso confirmado de coronavírus.
“Olha a irresponsabilidade e falta de preparo do serviço de ambulância de Avaré. Solicitei a pouco uma ambulância no Pronto Socorro para levar minha avó (82 anos, acamada com demência) para casa e os funcionários da ambulância colocaram um paciente com COVID junto para aproveitar a viagem”, relatou.
Na postagem, o neto relata ainda que assim que ficou sabendo, pediu para que o motorista passasse o veículo. Ele revelou também que ligou no Pronto Socorro, mas nenhuma medida teria sido tomada.
“Assim que o moço sentou e eu descobri comecei a bater na porta pra pararem. Liguei no Pronto Socorro para reclamar e o atendente ainda inventou o nome fingindo marcar a reclamação. Depois não entendem porque o vírus estar se propagando dessa forma. Indignado”, finalizou a publicação.
Na sessão da Câmara, realizada na segunda-feira a vereadora Adalgisa Ward se mostrou indignada com a situação. “Isso não pode acontecer. Não é aglomeração, não é o comércio, é om próprio Pronto Socorro que está colaborando para que aumente os casos de covid, pois eles (pacientes) estão todos amontoados”. A vereadora pediu que o prefeito Jô Silvestre e que o secretário da Saúde, Roslindo Machado, resolvam o problema da saúde de Avaré.
Em outra publicação, o internauta Roberval Maciel revelou falha no diagnóstico do genro no “covidário”, que fica localizado na Brabância, em Avaré. Segundo ele, o genro teria passado por 3 vezes no local, mas o médico teria receitado xarope e vitaminas apenas. “Será que os médicos estão querendo ver o povo morrer? Meu genro está com covid. Ele foi lá no covidário 3 vezes e o médico receitou xarope e vitamina”.
Como o rapaz não melhorou, a família pagou uma consulta particular onde acabou sendo constatado que ele estava com mais de 50% dos pulmões comprometidos. “Fomos a Unimed. Pasmem os senhores. Meu cunhado só está com 45% dos pulmões. Se espera mais um dia ele poderia ter mais complicações. Este povo está de brincadeira? Gente se derem positivo para o covid, vão em vários médicos, porque os médicos da Prefeitura não dá não. Agora penso: E quem não tem dinheiro para pagar uma consulta, como faz? Morre? E o dinheiro que veio para os políticos cuidar do povo, onde foi?”, questionou.
(Fonte A Voz do Vale)
