Foto postada pela família em perfil no Instagram
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Karine Nitsche, mãe da jovem avareense Yandra Nitsche Preste, encontrada morta em fevereiro deste ano, cobrou da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), providências quanto ao que ela considera inconsistências nas investigações.

Em uma postagem nas redes sociais feita nesta terça, 4, Karine desabafa: “ Gostaria de saber com a DDM, responsável pelas investigações no caso da Yandra, porque não chamaram as pessoas que tiveram contato com ela diretamente e indiretamente nos dias 17 e na manhã do dia 18 de fevereiro, dia que ela morreu, e que estão até agora aguardando pra serem chamadas pra depor??? Eu mesma liguei, pois tinha que depor novamente pra falar sobre a droga (crack) que foi encontrada na casa e não está sendo mencionado no inquérito; fui maltratada pelo escrivão Mauro, que falou que iria chamar e até agora nada”.

Segundo ela, algumas provas estariam sendo ocultadas. “Várias provas foram ocultadas, até mesmo pela perícia local, que cruzou os pés dela pra esconder que estava faltando um dos tênis, que a propósito estava entre o corredor e a cozinha e a porta estava fechada. Não recolheram um cadarço e um cinto estourado que estava no chão, esconderam o banco que também estava dentro do banheiro atrás da cadeira. Sem contar a fivela do cinto que estava nela; eu serrei o cinto com uma faca, deixando a fivela grudada na janela pois não consegui puxar a fivela com o peso do corpo, mas no pescoço dela tem marcas de fivela também, seria então do cinto estourado no chão. Yandra estava com vários tipos de marcas no pescoço, e isso é nítido e por que estão escondendo?????”, questiona.

Mês passado, a mãe da vítima, já tinha feito postagens que chamaram a atenção; em uma delas ela afirmava que o suposto agressor da filha, teria tentado atropelar sua irmã – o que foi entendido pela família como tentativa de ameaça.

“Lukinha Braz, ou Braizinho, ao invés de tentar atropelar minha irmã na calçada,  por que  você não desce da moto e vem falar comigo? Porque na verdade você não passa de um assassino fracassado que se esconde atrás do seu pai e do esquema sujo dele, você é um fracote covarde, sem seu pai você não é nada!!!”, escreveu em sua rede social.

“E não adianta ficar ameaçando minha família em off, porque na cara você não tem coragem, não é homem pra isso!! E pra me calarem, só se vocês fizerem comigo o que fizeram com a Yandra, ou seja, me MATANDO TAMBÉM!!!”, desabafou na época.

À reportagem do in Foco ela confirmou que o investigado pela agressão à Yandra dias antes de sua morte, tentou atropelar sua irmã na calçada “para provocar e saiu empinando a moto”.

Outra postagem que chamou a atenção, é ainda mais grave: aponta que Yandra teria saído com um amigo um dia antes da sua morte, após terminar o relacionamento e que depois disso, ela e o amigo teriam sido ameaçados por “Lukinha”. O detalhe é que as ameaças e outras mensagens teriam sido apagadas de um computador no mesmo dia em que a vítima já estaria morta. Estas inconsistências foram teriam sido reveladas pelo advogado deste amigo e já estão com a polícia.

“A conta da Yandra foi logada em um computador desconhecido no dia 17/02 e neste horário ela estava comigo. Endereço de IP já está sendo investigado”, escreveu Karine.

Entretanto, para fazer o rastreamento destas informações é imprescindível que o laudo da perícia determine o horário da morte – detalhe que ainda estava faltando.

A família também criou um perfil no Instagram @justicaporyandra onde tem exposto o caso.

 

Relembre o caso

A jovem Yandra foi encontrada morta em sua casa no parque Jurumirim pela própria mãe, dia 19 de fevereiro. Inicialmente havia a hipótese de suicídio, mas depois de algumas inconsistências o caso também deve ser investigado como suposto feminicídio.

A vítima vinha sofrendo em um relacionamento abusivo com  L.D.B. e dois dias antes da morte, na madrugada do dia 17, registrou boletim de ocorrência por agressão, mas infelizmente o exame de corpo de delito só foi marcado para a segunda-feira, quando ela lamentavelmente foi encontrada morta.

O que causou polêmica é que apesar das marcas de agressão, elas não constaram no laudo necroscópico (autorizado pela família). A família contestou o laudo, considerando que as lesões são desapareceram antes da morte.

Contudo, após uma manifestação, um laudo complementar foi divulgado pela Delegacia de Defesa de Mulher.

Fotos mostram as marcas da agressão registrada em boletim de ocorrência dia 17, inclusive com dedo quebrado. As fotos foram feitas pela própria mãe a pedido de Yandra no dia 18. A polícia ainda não concluiu o inquérito.