A secretaria de Saúde de Avaré não se pronunciou ainda sobre a questão dos lotes suspensos da vacina Coronavac pela Anvisa- Agência Nacional de Vigilância Sanitária – portanto, não se sabe se avareenses tomaram ou não doses destes lotes.

Em Bauru, mais de 20 mil pessoas tomaram as doses. A agência determinou a interdição de 12 milhões de doses da Coronavac no último sábado (dia 4), porque elas foram envasadas em um laboratório chinês não autorizado.

De acordo com informações da Secretaria de Saúde de Bauru enviadas ao portal G1, as mais de 20 mil doses foram recebidas em 16 de julho, e todas já foram aplicadas. A pasta ainda disse que o Instituto Butantan, responsável pela importação do antígeno no Brasil, garantiu a qualidade e segurança das doses.

A Anvisa informou que a suspensão cautelar de 12 milhões de doses foi necessária porque alguns lotes enviados ao governo federal foram envasados em um laboratório não autorizado pelo órgão brasileiro. O problema foi constatado pelo Butantan, em comunicado na sexta-feira (dia 3) à agência.

Em nota, a Anvisa informou que todos os imunizantes utilizados no país devem atender aos critérios estabelecidos pela agência, sob risco de comprometimento da eficácia e segurança das doses. As 12,1 milhões de doses da Coronavac foram encaminhadas ao Plano Nacional de Imunização (PNI), porém, ainda não se sabe quantas foram utilizadas.

Nos próximos 90 dias, a Anvisa trabalhará para decidir o que fazer com as doses dos lotes afetados que não foram afetadas. Após a medida da Anvisa, o Instituto Butantan, distribuidor do imunizante no País, defendeu que a interdição não deve causar “alarmismo” e reiterou que os imunizantes são seguros para a população. Há um prazo de 90 dias para que a Anvisa avalie as condições dos imunobiológicos que foram interditados de forma cautelar.

Tire suas dúvidas

Quais foram os lotes afetados?

De acordo com edição extra do Diário Oficial da União neste sábado, 4, os seguintes lotes foram interditados: 202107101H, 202107102H, 202107103H, 202107104H, 202108108H, 202108109H, 202108110H, 202108111H, 202108112H, 202108113H, 202108114H, 202108115H, 202108116H, L202106038, J202106025, J202106029, J202106030, J202106031, J202106032, J202106033, H202106042, H202106043, H202106044, J202106039, L202106048.

 

Há algum risco para quem tomou vacina dos lotes interditados?

O Instituto Butantan, que distribui o imunizante no País, esclareceu que todas as doses da CoronaVac “estão atestadas pelo rigoroso controle de qualidade”. O órgão defendeu que ele próprio encaminhou a questão para a Anvisa. “Por compromisso com a transparência e por extrema precaução, comunicou o fato à agência, após atestar a qualidade das doses recebidas. Isso garante que os imunizantes são seguros para a população, enfatiza.

O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres disse, em entrevista ao jornal O Globo, que a população pode ficar tranquila em relação aos imunizantes, ressaltando a segurança da vacina. Ele ponderou que o Butantan foi “transparente” durante o processo e que as instituições estão atuando para resolver a situação.

 

Por que a Anvisa interditou os lotes de forma cautelar?

A intervenção foi tomada porque lotes da vacina CoronaVac foram envasados em uma fábrica não aprovada na autorização de uso emergencial da vacina. A Anvisa enfatizou a necessidade de atuação imediata para “mitigar um possível risco sanitário” à população. Em nota, a Anvisa explicou que a interdição como ação da medida cautelar aplica-se aos casos “em que sejam flagrantes os indícios de alteração ou adulteração do produto, hipótese em que a interdição terá caráter preventivo ou de medida cautelar”.

Esta medida tem o prazo de 90 dias, conforme a Lei 6.437, de 20 de agosto de 1977. Durante esse período, a Anvisa trabalhará na avaliação das condições de Boas Práticas de Fabricação da planta fabril não aprovada, no potencial impacto dessa alteração de local nos requisitos de qualidade, segurança e eficácia das vacinas, e no eventual impacto para as pessoas que foram vacinadas com esse lote. Além disso, serão feitas tratativas junto ao Instituto Butantan para a regularização desse novo local na cadeia fabril da vacina junto à Agência.

 

Quantas pessoas receberam essas vacinas no Brasil?

De acordo com levantamento do portal Estadão, cerca de 3,3 milhões de pessoas foram vacinadas com os lotes descritos na medida até o dia 31 de agosto. Ainda não foi divulgado o número de forma oficial pelo Ministério da Saúde.

 

Como saber se fui vacinado com um dos lotes interditados?

É possível ver o lote da vacina aplicado por meio do cartão de vacinação recebido no momento da imunização. Caso o documento tenha sido perdido, a informação também pode ser checada na plataforma do Conecte SUS, do Governo Federal.

 

Qual a recomendação para quem foi vacinado com um dos lotes?

Ainda não há nenhuma orientação de órgãos oficiais para pessoas imunizadas com os lotes. Em caso de alguma reação adversa, é possível contatar órgãos de saúde locais ou a Anvisa por meio do site VigiMed. Em nota enviada à Folha de S. Paulo, a Secretaria de Saúde de São Paulo disse que “tem convicção da segurança e eficácia da Coronavac e, prezando por critérios técnicos, acompanhará a deliberação da Anvisa com relação aos lotes indicados pela Agência”.

 

Há risco de as vacinas serem perdidas?

Após os estudos da Anvisa, em um prazo de 90 dias, será tomada decisão sobre o destino das vacinas. O órgão federal irá trabalhar na “avaliação das condições de boas práticas de fabricação da planta fabril não aprovada, no potencial impacto dessa alteração de local nos requisitos de qualidade, segurança e eficácia, e do eventual impacto para as pessoas que foram vacinadas com esse lote”.

 

Há problema em tomar a CoronaVac nos próximos dias?

Não. Os estados e municípios já foram comunicados sobre a interdição cautelar e não aplicarão doses dos lotes.