O aumento dos casos de dengue em todo país preocupa e na região já se fala em epidemia. Segundo matéria do G1, o centro-oeste paulista apresentou um aumento exponencial de casos de dengue em janeiro de 2024, quando comparado à mesma época de 2023, segundo boletins divulgados pelas prefeituras.
Considerada pelo Ministério da Saúde (MinSaúde) como a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil, a dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.
O período do ano com maior transmissão é justamente nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio, e, portanto, o alerta é para o combate ao mosquito. Água parada é o principal foco, e os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano no ambiente.
Em Botucatu (SP), os casos de dengue cresceram consideravelmente. Segundo a prefeitura, a cidade registrou 705 casos da doença em janeiro de 2024. No mesmo mês em 2023, a cidade registrou apenas seis casos no total, representando um aumento de 11.650% de um ano para o outro.
Em Bauru (SP), maior cidade do centro-oeste paulista, foi registrada uma queda nos casos em relação a janeiro de 2023. Porém, os índices ainda preocupam as autoridades.
Segundo o último boletim epidemiológico divulgado em janeiro de 2024, 97 casos autóctones foram registrados, além de outros 413 casos suspeitos. Três mortes seguem em investigação. Durante o mês de janeiro de 2023, Bauru registrou, ao todo, 194 casos autóctones de dengue, uma queda de 50% na incidência da doença. Mesmo com os números menores em comparação com o ano passado, por conta da maior epidemia de dengue da história de Bauru vívida em 2019, quando 26 mil casos foram confirmados e 39 mortes pela doença, medidas já começaram a ser tomadas pelas autoridades para evitar que o caso se repita.
Em Marília (SP), foram registrados 347 casos de dengue no primeiro mês de 2024. No mesmo período de 2023 foram 32 casos. Com o aumento de 984% na comparação entre os dois anos, a prefeitura elaborou um novo Plano de Contingência Municipal para Arboviroses (dengue, zika e chikungunya) em 2024.
Em Ourinhos (SP), foram registrados 40 casos da doença, no primeiro mês de 2024. Em 2023, a incidência foi de apenas 11 casos, um aumento de 263%. Segundo a prefeitura, com o aumento dos casos, a Secretaria Municipal de Saúde por meio do setor de Vigilância Epidemiológica, tem intensificado o trabalho de fiscalização e ações de combate à dengue.
Em Avaré a secretaria de Saúde tinha divulgado 27 casos confirmados da doença, mas no último boletim do dia 3, já eram 45 confirmados. No sábado, a prefeitura fez um mutirão de limpeza no bairro São Rogério e pediu apoio da população no combate ao Aedes.
Vacina
Ainda em Janeiro deste ano, o Brasil recebeu o primeiro lote de vacinas contra a dengue para aplicação pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A remessa contém 750 mil doses doadas pelo laboratório japonês Takeda.
Segundo o governo, as primeiras doses serão destinadas para adolescentes de 10 a 14 anos que moram em cidades com mais de 100 mil habitantes. A definição do público que receberá as doses leva em conta taxas de transmissão.
O número de casos de dengue nas duas primeiras semanas de 2024 foi mais do que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde. Foram 55,8 mil casos prováveis. Seis pessoas morreram por complicações da doença.
Inicialmente, o governo afirmou que seria priorizada a vacinação de crianças e jovens entre 6 e 14 anos, mas em comunicado divulgado neste domingo (4) o Ministério da Saúde informou que o público-alvo da primeira remessa será de indivíduos entre 10 e 14 anos.
“A faixa etária de 10 a 14 anos se encontra dentro do que recomendou a OMS e é também aquela em que ocorre o maior número de hospitalizações”, declarou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
O governo brasileiro adquiriu 5,2 milhões de doses da vacina, limite estabelecido pela farmacêutica Takeda neste ano de acordo com sua possibilidade de entrega. O primeiro lote das vacinas compradas será de 570 mil doses e chegará ao país em fevereiro.
A estimativa do governo é de que cerca de 3,2 milhões de pessoas serão vacinadas em 2024.