A sessão legislativa da noite de terça, 20, foi marcada pela fala marcante de um avareense que foi demitido depois de denunciar supostos crimes ambientais envolvendo o aterro sanitário de Avaré.

João Gustavo da Silva Cardozo Rodrigues usou a tribuna para reiterar a denúncia que fora levada no início do mês pelo vereador Hidalgo de Freitas (PSD) sobre diversas irregularidades no ‘lixão’.

Entre elas, as mais graves são de crimes ambientais que teriam sido cometidos pela empresa responsável pelo aterro, a Quebec Ambiental, de Goiânia (GO). Segundo ele, o chorume (resíduo líquido formado a partir da decomposição de matéria orgânica presente no lixo), estaria sendo descartado de forma irregular algumas vezes – na natureza e em estradas, o que é extremamente poluente.

Além disso, mata e árvores nativas teriam sido cortadas sem autorização do IBAMA e produtos como óleo de motor, por exemplo, teriam sido furtados.

Nesta quarta, 21, o ex-funcionário procurou o in Foco e enviou toda documentação exibida na sessão de ontem e que comprovam as irregularidades.

Conforme as provas, maquinários locados estariam em nome de laranjas (a retroescavadeira seria do engenheiro da prefeitura) e um documento mostra que um caminhão – carregado de chorume, a mando do encarregado Ricardo de Oliveira Godoy – teria sido apresentado na portaria da Sabesp, para que o produto fosse descartado. Aliás, o denunciante afirma que a área desmatada seria para construção de cercas que beneficiariam, em tese, um sítio deste encarregado.

As denúncias também mostram as condições insalubres de higiene e trabalho dos funcionários do aterro e veículos completamente sucateados.

João Gustavo frisou em seu pronunciamento, que o secretário do Meio Ambiente, Judésio Borges tem ignorado o problema e nas provas, aponta fotos de “visitas” do secretário ao aterro que estaria “fingindo não ver a situação”.

“Tem que cobrar o secretário Judésio (Borges), que em 3 anos, se visitou o aterro 6 vezes foi muito – 3 delas pra churrasco no final do ano”, denunciou.

Ele também criticou o prefeito Jô Silvestre, questionando que “o dinheiro do município não é brincadeira”, numa referência aos 300 mil reais que a empresa recebe mensalmente.

As denúncias inicialmente foram enviadas para uma das sócias da empresa, Tamara Alves Marques, mas o denunciante acabou sendo demitido semana passada.

Todas as denúncias foram enviadas ao Ministério Público e também ao Legislativo. João foi aplaudido pelos vereadores no final de sua fala.

Até o momento nem a Prefeitura de Avaré ou a empresa se pronunciaram sobre o caso. O in Foco se coloca a disposição de todos os citados para suas devidas versões.