O governo de São Paulo divulgou nesta quarta-feira (1º) o calendário de vacinação para dose de reforço contra Covid-19. Devem receber a dose adicional no estado todos os idosos com mais de 60 anos e imunossuprimidos acima de 18 anos, um público estimado em 7,2 milhões de pessoas.

A dose de reforço pode ser aplicada apenas em idosos que completaram o esquema vacinal há mais de seis meses. Já para imunossuprimidos, é preciso esperar 28 dias após a segunda dose.

A aplicação das doses adicionais será escalonada no estado de São Paulo e começa na próxima segunda (6) com idosos acima de 90 anos.

Veja o calendário da dose de reforço em SP abaixo:

OBS: Avaré não confirmou se seguirá este calendário.

De 06/09 a 12/09 – Maiores de 90 anos

De 13/09 a 19/09 – De 85 a 89 anos

De 20/09 a 26/09 – De 80 a 84 anos e imunossuprimidos com mais de 18 anos

De 27/09 a 03/10 – De 70 a 79 anos

De 4/10 a 10/10 – De 60 a 69 anos

O plano de vacinação para doses adicionais do governo estadual de São Paulo difere daquele elaborado pelo governo federal (veja as principais diferenças abaixo).

Plano estadual x plano nacional

O Ministério da Saúde recomendou a dose de reforço para pessoas com mais de 70 anos e imunossuprimidos, e determinou que a imunização deverá ser feita, preferencialmente, com uma dose da Pfizer.

Já o governo de São Paulo anunciou que a dose adicional deve ser destinada a todos com mais de 60 anos, além de imunossuprimidos, e não estipulou o fabricante da dose a ser utilizada no reforço. Assim, a vacina a ser utilizada para o reforço deve ser a que tiver disponível no posto de saúde no momento, em São Paulo.

No entanto, estudos ainda não avaliaram todas as combinações possíveis entre diferentes marcas de imunizantes. Cientistas que estudam a pandemia criticaram a opção do governo estadual e destacaram estudos que mostram maior proteção para idosos com uma dose de reforço da Pfizer, como estipulado pelo governo federal.

Durante coletiva de imprensa para anúncio do calendário estadual nesta quarta (1º), especialistas ligados à gestão João Doria (PSDB) ressaltaram que a proteção de todas as vacinas é reduzida para pessoas com mais de 80 anos.

“O que se observou é que, acima dos 80 anos de idade, você tem uma redução do fator imunoprotetor independentemente de qual é a vacina utilizada, ou seja, qualquer imunizante, tanto imunizantes inativados, vetor viral, vacina de RNA mensageiro. Todas as vacinas têm esse perfil”, destacou Sérgio Cimerman, infectologista do hospital Emílio Ribas.

No entanto, os médicos não abordaram nesta quarta os diferentes estudos sobre as combinações possíveis para a dose de reforço. Questionado sobre o tema por jornalistas, o coordenador do comitê contra Covid-19 de SP, o médico João Gabbardo, alegou que há vantagens na aplicação de reforço com qualquer fabricante.

“Existem trabalhos, e a própria nota técnica do Ministério da Saúde aponta o aspecto positivo também das pessoas que foram vacinadas com duas doses de receberem a terceira dose da CoronaVac”, disse Gabbardo.

 

Fabricante da dose de reforço

Na última quarta-feira (25), o G1 questionou a Secretaria da Saúde de SP sobre a adoção de combinações de vacinas que ainda não foram estudadas. A pasta respondeu que todos os esclarecimentos do governo “foram feitos em entrevista coletiva nesta quarta (25)” e disse que as vacinas são seguras para a aplicação como dose de reforço.

“Todas as vacinas contra a Covid-19 disponíveis no Brasil são seguras, eficazes e têm a mesma finalidade: proteger contra a doença e reduzir chances de infecções graves pelo coronavírus. Todos os imunizantes disponíveis poderão ser usados na aplicação de terceira dose no estado”, disse o governo estadual, em nota.

No Brasil, há pelo menos quatro estudos em andamento que avaliam a possibilidade de uma dose de reforço para as vacinas contra Covid-19 usadas em território nacional. Esses estudos avaliam as seguintes possibilidades:

  • Duas doses de Pfizer, seguidas de outra dose de Pfizer;
  • Duas doses de AstraZeneca (AZD1222), seguidas de uma outra dose de uma nova versão da AstraZeneca (AZD2816);
  • Duas doses de AstraZeneca (AZD1222), seguidas de uma outra dose da mesma versão da AstraZeneca (AZD1222);
  • Duas doses de CoronaVac, seguidas de um dos quatro imunizantes a seguir: Pfizer, AstraZeneca, Janssen e CoronaVac.

No entanto, não há estudos que avaliem a aplicação de um reforço com CoronaVac em pessoas imunizadas com Pfizer e AstraZeneca, por exemplo, o que poderia ser o caso de diversos idosos que devem receber a dose adicional em setembro no estado de São Paulo.

(Fonte G1)