Um novo caso de suposta falha diagnóstica deve ser enviado a secretaria da Saúde e ao Ministério Público de Avaré. Após a matéria sobre a hipotética negligência médica no caso de um avareense diagnosticado com ‘ansiedade’ e que faleceu por arritmia grave, outra mulher denunciou uma situação semelhante que ocorreu com seu marido.
Álvaro Tiburcio dos Reis, de 54 anos, faleceu no dia 30 de novembro de 2022 por choque séptico e insuficiências renal e cardíaca, mas estava sendo tratado como “ansiedade”. Sua esposa, Joice Pereira Britto, só agora teve coragem de falar sobre o ocorrido.
“Está sendo muito difícil porque ele foi tratado como crise de ansiedade e na verdade estava com sepse ,injúria cardíaca,renal ,hepática”, relata a mulher.
Segundo Joice, o marido tinha um carcinoma no pescoço e faria uma cirurgia na Unesp de Botucatu, mas no início de novembro começou a sentir falta de ar e fraqueza, além de tosse. Entre os dias 11 e 23 de novembro, ele passou por várias consultas, mas em nenhuma delas consta a realização de exames. “Falavam que era ansiedade”, fiz a mulher.
Neste período, foram receitados entre outros medicamentos ibuprofeno e diosmina. Dias depois da primeira ida ao Pronto Socorro, ele vomitava sangue e estava amarelo e inchado, com crises de falta de ar. “De novo no PS, falaram que era crise de ansiedade e que era pra continuar com o remédio”, relembra Joice.
Ela relata que o marido continuava a piorar; não conseguia se alimentar, estava cada vez mais amarelo, inchado, e a tosse era tão forte que teve hemorroida. Ele chegou a ficar uma noite em observação no PS e foi liberado no dia seguinte, sem exames.
Após a liberação, Joice levou o marido para a Unesp, onde ele faria a cirurgia, mas ao verem o estado dele, os médicos o encaminharam para exames, o internaram e até as visitas foram suspensas.
“O médico da Unesp ligou para saber que medicamento ele estava tomando, achando que poderia ser uma bactéria. Listamos os todos os medicamentos e enviamos”, conta Joice.
Contudo, logo ela recebeu a notícia de que havia uma complicação e chegando lá teve a notícia de que o marido havia falecido.
“A médica da Unesp disse que se tivesse visto precocemente tudo isso teria sido evitado.E meu esposo se foi. Em nenhum momento colocaram pra fazer um eletro, um ultrassom do coração. Nem exame de sangue fizeram” lamenta, emocionada.
O casal tinha uma filha de 6 anos. O caso de Álvaro, juntamente com as documentações, será encaminhado a secretaria da Saúde e ao Ministério Público.