O internauta Douglas Cardoso, de 36 anos, fez um relato emocionante em homenagem a esposa Eleni Roque da Silva, enfermeira que foi a primeira profissional da Saúde a falecer por covid-19 em Avaré. No depoimento ele conta ainda sobre a morte da mãe – também por coronavírus – e como conseguiu vencer a doença.
“Hoje faz exatamente um ano que você morreu amor meu!!! Não perdi só uma esposa maravilhosa , mas também uma mãe amorosa e uma avó dedicada e acima de tudo uma excelente enfermeira que trabalhava com amor e dedicação na sua profissão com muito orgulho, deixando muitas saudades a eu seu esposo e suas filhas seus netos e netas e familiares!”, escreveu Douglas.
Ele que é motorista, ficou internado 8 dias também com coronavírus, mas conseguiu vencer. Douglas teve sua irmã e mãe também contaminadas, mas perdeu a mãe para a doença.
O motorista conta que teve febre e passou no postão da rua Acre, onde na época funcionava o Covidário. A médica disse que era “apenas garganta inflamada” e ele voltou para casa, mesmo com febre. Dias depois, a esposa também apresentou o mesmo sintoma. “A médica a encaminhou para a Santa Casa e ela fez uma tomografia. Ficou a noite e a liberaram, mas depois a internaram. Dois dias depois também fui internado com muita falta de ar e mesmo dia, minha irmã. Eu estava com 70% do pulmão tomado”, afirma. Logo depois, a mãe dele também foi internada.
“Ficamos eu, a Eleni minha esposa, minha irmã e minha mãe. Dia 27 de maio, foi o último dia que falei com minha mulher, por telefone pois estávamos em quartos separados. Ela disse que temia morrer, que estávamos muito ruins e que ia pedir para intubar”, relata.
Na noite do dia seguinte, Eleni faleceu infelizmente. “Ali eu vivi os maiores momento de terror na minha vida com certeza. Ouvia minha mãe chamar por mim e meus irmão, minha irmã chorando e eu sem poder fazer nada. Nem no enterro da minha mulher pude ir”, lamenta.
Douglas recebeu alta dias depois, mas logo em seguida a mãe faleceu.
“Essa é minha história. Por isso luto e falo tanto contra a pandemia e aglomerações, pela dor que carrego por toda essa tragédia”.