Mais uma vez como tem ocorrido nos últimos anos, o feriado prolongado de 1º de maio em Avaré tem se tornado um tormento para moradores nas proximidades dos ginásios Kim Negrão e Tico do Manolo – dois dos principais locais de concentração de jogos universitários, evento realizado por estudantes de atléticas de faculdades que não são de Avaré, nem da região e que geram transtornos mentais e até físicos, devido ao barulho que ultrapassa horário e limite de decibéis, que aliás, não são fiscalizados pelo departamento da prefeitura apesar das denúncias.

“São 4 dias de inferno total. Não conseguimos dormir, descansar e nem conversar, nem durante o dia, muito menos a noite, já que o barulho vai até de madrugada”, diz uma das moradoras do entorno do Kim Negrão,k sobre os jogos universitários da área de saúde (JUSA de Campinas). “Temos pessoas doentes, idosas e bebês na vizinhança e ninguém é responsabilizado. A PM nos atende sempre com gentileza, mas não podem fazer nada. O telefone da fiscalização da prefeitura não atende. E foi ela que autorizou pelo que sabemos”, desabafa outro morador.

No bairro Brabância, onde fica o Tico do Manolo, a revolta dos moradores é idêntica. Até mesmo o artista Algarth gravou vários vídeos registrando a situação; as gravações são quase inaudíveis diante do barulho ensurdecedor.

Procurado pelo in Foco, o secretário de Esportes, Carlos Bagaceira, disse que a prefeitura autorizou os jogos “com som nos ginásio até às 22 hs e competição esportiva até às 00:00 hs” – horário que infringe a chamada Lei do Silêncio. Além disso, segundo moradores, o barulho das tendas onde são feitas baladas ia até 2 e 5 hs na madrugada, tornando impossível o descanso e o sono dos moradores até três quarteirões próximos.

A chamada lei do silêncio estabelece limites diferentes para o período do dia, que vai das 7h até as 22 horas, e o período da noite, onde os limites são menores, indo das 22h até as 7 horas. Nos domingos e feriados, entre as 22h e 8 horas da manhã.  Também conhecido como a Lei do Direito à Vizinhança, o Artigo 1.277 do Código Civil diz que uma pessoa proprietária pode “fazer cessar” ações que prejudicam o sossego, a saúde e a segurança.

Nos dois últimos anos, o in Foco tem denunciado a situação e o descaso da prefeitura com relação a essa situação. Inclusive, em 2023, já havia denunciado o fato de que as “atléticas” (agremiações universitárias) vendiam pacotes incluindo alojamento e diversão, mas usavam gratuitamente prédios e escolas públicas. Depois disso, foi inclusive atacado em redes sociais por universitários.

A reportagem do in Foco vai enviar esta reportagem ao MP.