O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva ingressou na justiça contra o padre Edison Geraldo Bovo, pároco de São Roque, de Laranjal Paulista, a quem acusa de crimes contra a honra (difamação, injúria e calúnia), com base no que foi publicado pela jornalista Mônica Bérgamo, na Folha de S. Paulo, que reproduz a fala do sacerdote que disse que Lula comprou o STF, além de atacar o governador João Doria, durante missa, no último dia 6 de março.

Bovo, que trabalhou em Avaré, quando era seminarista, atacou o ex-presidente e o governador paulista, conforme mostram gravações da celebração veiculadas pela internet.

O mais estúpido é o ladrão. O maior ladrão que o mundo já viu, o senhor Luis Inácio Lula da Silva, Coitada da família dele, dos pais, da mãe que tem vergonha disso. Onde você pesquisar é o pior”, declarou padre Edison. Indagado se teme alguma reação, comentou que mesmo se a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pressionar, ele não vai diminuir o tom de seus sermões. Embora garanta não ser bolsonarista, o padre disse não haver opções e que vai votar no atual presidente.

 

                Desconforto da Arquidiocese

Em nota à imprensa, através de seu vigário-geral, padre José Francisco Antunes, a Arquidiocese de Botucatu, a quem está subordinado o padre Bovo, manifestou o seu “mais profundo e sentido desconforto” por essa postura.

“As declarações emitidas durante algumas celebrações litúrgicas, quando manifesta suas posições político-partidárias, criam desorientação entre os católicos e acirram os ânimos de muitos, num momento já marcado por polarizações que poderiam ser evitadas”, afirmou o representante do arcebispo.

A atitude do padre Edison foi oficialmente reprovada e a Arquidiocese afirma esperar “retratação pública a respeito do erro cometido”. Contudo, o sacerdote não se pronunciou o caso poderá ter implicações na área judicial, já que Lula, através de seus advogados, moveu processo que tramita no Fórum de Laranjal Paulista.