Criança se alimenta na rua por não poder comer dentro da escola (ao fundo)

 

Um caso escabroso de maus tratos, humilhações e perseguições na escola EMEB Profª Alzira Pavão de Avaré: segundo mães de alunos especiais, eles estariam sendo vítimas de situações vexaminosas e as acusações envolvem a diretoria do estabelecimento e alguns funcionários. A denúncia foi feita essa semana ao in Foco.

A cuidadora que teria denunciado o caso à secretaria municipal de Educação e até registrado boletim de ocorrência, teria sido afastada por licença após ser perseguida.

Mães de vários alunos, portadores de algum tipo de deficiência – renal, física, alimentar – e autistas, afirmam que já foram ouvidas na delegacia depois que a cuidadora denunciou os maus tratos. Elas também levaram o caso ao Ministério Público e ao Conselho Tutelar.

“Estamos com 7 crianças com maus tratos. O local é insalubre. Até agressões físicas e psicológicas com essas crianças, sendo 5 delas crianças especiais com deficiência e autismo severo. Temos provas de tudo”, diz uma das mães ao in Foco.

Entre os exemplos de descaso e maus tratos, estão os de dois alunos (um com deficiência renal e outro com alérgico à lactose) obrigados a se alimentar na rua, em frente à escola, para que os outros alunos não vejam, já que como lanche há apenas suco e fruta.

Segundo denúncia feita pela cuidadora Zuleica Cardoso, os maus tratos ocorriam constantemente; as crianças não eram devidamente alimentadas, a higiene e a limpeza da escola eram precárias (até mesmo com urina no chão do banheiro), crianças que evacuavam nas próprias roupas não eram limpas.

Além disso, a diretora Ivone Fusco ainda estaria se referindo aos alunos como autista e doentes. Ela afirmou ainda que outras funcionárias eram grosseiras e gritavam com as crianças. Em outros casos, um aluno foi colocado de castigo depois de pedir para usar o banheiro, enquanto outros teriam sido trancados em uma sala.

A mãe de um menino de 4 anos, portador de grave intolerância à lactose, foi impedida pela diretora de levar alimentos adequados ao filho, apesar dos laudos que apresentou e mesmo depois de recorrer a secretaria da Educação. A diretora ainda teria dito que a “culpa” da alergia do filho era dela.

Além dos maus tratos, a cuidadora relatou que a escola tinha problemas de estrutura: com chuvas a escola alagava e algumas salas não tinham a devida iluminação.

Apesar da denúncia ter sido levada à pasta da Educação, a cuidadora foi transferida e depois colocada em licença; as mães tiveram que tirar os filhos da escola e a diretora Ivone Dias Fusco não teria sido investigada ou punida até o momento, segundo as mães, indignadas com a injustiça.

O in Foco questionará inicialmente a Educação e o Ministério Público, sobre as providências tomadas no caso e se coloca à disposição de todos envolvidos.