Inúmeros veículos de comunicação da região tem divulgado a suposta participação de moradores de inúmeras cidades na invasão à Brasília, neste domingo (8) por movimentos bolsonaristas.

O Jornal Acontece Botucatu noticiou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu ontem (9) um ônibus com 45 pessoas na Rodovia BR-153, em Onda Verde, interior de São Paulo. O ônibus tinha placas de Botucatu, mas teria passageiros de Bauru e Jaú também.

De acordo com a PRF, os passageiros do veículo possuíam marcas de balas de borrachas nas pernas e confessaram que participaram da invasão do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF). Uma professora da Unesp de Botucatu chegou a ser detida, segundo reportagem do portal G1.

Os passageiros, em torno de 45 pessoas, foram qualificados e serão liberados. O ônibus foi liberado, pois não tinha irregularidades.

Ainda na noite de domingo (9) um vídeo teria mostrado algumas mulheres de Botucatu durante o ato em Brasília. As imagens viralizaram e correram as redes sociais e grupos de mensagens.

Entretanto, o g1 confirmou numa reportagem que uma professora universitária da Unesp de Botucatu  foi detida, na manhã desta segunda-feira (9), no ônibus que retornava dos atos terroristas praticados por bolsonaristas no último domingo (8), em Brasília (DF).

Em nota, o Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu (IBB) “repudiou, com indignação, os atos de covardia e violência praticados em Brasília contra o patrimônio público”.

Sandra de Moraes Gimenes Bosco, docente no Instituto de Biociências de Botucatu, estava no veículo com outros 44 manifestantes. Poucos dias antes dos ataques golpistas à sede dos poderes, a professora universitária teria compartilhado nas redes sociais um folder chamando apoiadores bolsonaristas para participarem do ato em Brasília.

Uma bolsonarista de Bauru  que organizou um ônibus da cidade até Brasília (DF) também estaria entre os presos após os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes.

Conforme a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Fátima Aparecida Pletti, de 61 anos, foi presa em flagrante e está na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), conhecida como Colmeia. Nas redes sociais da idosa, há uma publicação em que ela organiza o ônibus que saiu de Bauru para Brasília no dia do ataque. Fátima também escreveu que estava em busca de verba para que a hospedagem próximo às sedes fosse gratuita.

Outro bolsonarista de Ourinhos aparece em um vídeo, segundo o G1, pedindo para uma mulher gravá-lo enquanto destruía uma vidraça no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF). Na imagem, que circula pelas redes sociais, o homem, identificado como Nelson Eufrosino, pede várias vezes para que filmem ele dentro do STF: “Me filma aqui, por favor, eu vou quebrar um, pode entrar, não tem mais ninguém”.

Na sequência, ele pega um pedaço da estrutura do próprio STF e começa a bater contra o vidro, enquanto supostamente grita “tropa de elite” e “Ourinhos”. Ao fundo, é possível ver que o local está completamente destruído com vazamento de água no teto.

 

Fake

A Polícia Federal (PF) desmentiu, nesta segunda-feira (9/1), que uma idosa tenha morrido durante as operações no acampamento bolsonarista no Quartel-General do Exército, em Brasília.

O suposto óbito se espalhou pelas redes sociais. A foto usada, no entanto, está disponível em um banco de imagens gratuito. Dono da imagem, o fotógrafo Edu Carvalho disse que é uma foto viral que está sendo usada de forma irresponsável.

“A Polícia Federal informa que é falsa a informação de que uma mulher idosa teria morrido na data de hoje (9/1) nas dependências da Academia Nacional de Polícia”, diz a nota da corporação.

Na madrugada desta terça-feira (10/1), a deputada Bia Kicis que tuitou a notícia, publicou em uma rede social que o presidente da OAB-DF negou qualquer confirmação sobre óbito entre os detidos. A deputada pediu “desculpas pelo equívoco”.

Quem é o dono da foto?

Edu Carvalho, dono da imagem, explica que a foto é da avó de sua esposa, Juliana Cuchi Oliveira, que se tornou viral. Ao ver a repercussão que a montagem tomou, Edu disse que acordou com ‘’uma enxurrada de directs nos nossos perfis pessoais e profissionais de pessoas nos mandando os posts’’.

De acordo com o fotógrafo, é a segunda vez que fazem uso indevido da imagem dela. Sendo que na primeira vez usaram em um totem em São Paulo como se ela tivesse morrido vítima de covid-19.

“Me senti impotente, a internet tem uma força absurda, tanto para o bem quanto para o mal. Estamos tentando ao máximo avisar as pessoas, mas muitas desacreditam e ainda pedem para provar. Isso dói muito e só vai saber quem estiver na pele um dia”, disse Juliana.

(Fontes Botucatu On Line, Acontece Botucatu, G1 Bauru e Marília, TV Tem e SBT interior)