
O procurador Cezar Rodrigues Marques do Ministério Público de Avaré determinou a abertura de inquérito para apurar possíveis danos ao meio ambiente no aterro sanitário do município pela empresa Quebec Construções e Tecnologia Ambiental, de Goiânia (GO), que estaria fazendo depósito irregular de lixo no local e é responsável pelo gerenciamento do lixão.
Para quem não se lembra, a empresa foi denunciada por um ex-funcionário que acabou sendo demitido após o fato. Em agosto do ano passado, João Gustavo da Silva Cardozo Rodrigues inclusive usou a tribuna da Câmara Municipal para reiterar a denúncia sobre diversas irregularidades no ‘lixão’ – fato que foi noticiado pelo in Foco à época.
Segundo ele, o chorume (resíduo líquido formado a partir da decomposição de matéria orgânica presente no lixo), estaria sendo descartado de forma irregular algumas vezes – na natureza e em estradas, o que é extremamente poluente. Além disso, mata e árvores nativas teriam sido cortadas sem autorização do IBAMA e produtos como óleo de motor, por exemplo, teriam sido furtados.
O ex-funcionário enviou ao MP e ao in Foco toda documentação exibida na sessão legislativa que comprovam as irregularidades.
Conforme as provas, maquinários locados estariam em nome de laranjas (a retroescavadeira seria do engenheiro da prefeitura) e um documento mostra que um caminhão – carregado de chorume, a mando supostamente do encarregado Ricardo de Oliveira Godoy – teria sido apresentado na portaria da Sabesp, para que o produto fosse descartado. Aliás, o denunciante afirmou que a área desmatada seria para construção de cercas que beneficiariam, em tese, um sítio deste encarregado.
As denúncias também mostraram à época as condições insalubres de higiene e trabalho dos funcionários do aterro e veículos completamente sucateados.
O denunciante ainda frisou que o secretário do Meio Ambiente, Judésio Borges tinha ignorado o problema e nas provas, aponta fotos de “visitas” do secretário ao aterro que estaria “fingindo não ver a situação”. O secretário continua no cargo.
O MP também convocou a Cetesb – Agência Ambiental e a Prefeitura de Avaré para dar esclarecimentos atualizados sobre o caso. Até o momento, a empresa foi multa em 8,4 mil reais.