Cinco estados brasileiros estão enfrentando a pior seca dos últimos 91 anos e a crise hídrica trouxe outro problema para o país: o aumento na conta de luz.
A conta é simples: menos chuva igual a menos água nos reservatórios e menos produção nas usinas hidrelétricas.
No fim de maio, o operador nacional do sistema disparou o alerta: oito grandes hidrelétricas da região Sudeste devem chegar a novembro perto do colapso; os reservatórios delas são responsáveis por 53% do armazenamento de água do país.
Nos últimos 20 anos, após a crise do apagão de 2001, o peso da energia no bolso da população aumentou em 10%, mas a crise estimulou a busca de novas fontes. Hoje, cerca de 11% da energia elétrica vem de geradores a vento; 2,5% são gerados pelo sol. Aos poucos, a dependência das hidrelétricas foi reduzida. Caiu dos 83% em 2001 para 62% atualmente.
Mas continuamos dependendo do clima. É preciso chover, ventar e fazer sol, fenômenos responsáveis por quase 70% do abastecimento – e tudo na época certa – para garantir o fornecimento.
Quando isso não acontece, é necessário ligar as termoelétricas. A conta de luz subiu porque o Brasil, mais uma vez, teve que ligá-las. No começo da tarde da última sexta-feira (2), por exemplo, elas respondiam por 29% do consumo.
O país tem 3.091 terméletricas, 63 em funcionamento de acordo com o dado mais recente. Na última semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica aumentou em 52% a parcela da conta que paga pelo funcionamento delas e isso vai aumentar o preço para o consumidor final em torno de 4,9%.