
A prefeitura de Avaré quer desalojar a ASPEQ – Associação Paulista de Equoterapia que atualmente atende cerca de 28 crianças, adolescente e adultos com diversas síndromes e transtornos neurológicos no município. A informação é da presidente da entidade, Sandra Regina de Goes.
Segundo ela, o espaço da extinta Cavalaria, localizado na rua Atílio Silvestre, 417, foi cedido pelo governo anterior para o desenvolvimento dos projetos de equoterapia, que é bastante utilizada no acompanhamento e tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou outros problemas cognitivos e motores.
A terapia que utiliza cavalos estimula a coordenação motora, o equilíbrio e a percepção corporal através dos movimentos do animal. Mas o impacto vai ainda mais longe: a conexão afetiva com o animal favorece o desenvolvimento da comunicação, do vínculo e da autoconfiança.
Sandra afirma que o atual prefeito, Roberto Araujo, durante o lançamento oficial da entidade ano passado, teria prometido manter a concessão do uso do espaço que foi reformado com recursos próprios e vem sendo custeado de forma independente.
Na segunda, dia 9, a associação recebeu uma notificação emitida pelo secretário de Fiscalização de Posturas Municipais, Flávio Denardi, para que o imóvel fosse desocupado em 7 dias, sem especificar o motivo. A alegação é de que o governo anterior teria autorizado o uso provisório do espaço.
A presidente da entidade diz que o governo anterior autorizou o uso temporário porque não podia fazer concessão em ano eleitoral, mas sabia que era importante ceder o espaço provisoriamente até que em 2025 o novo gestor fizesse a concessão por lei municipal.
Sem saber como dar continuidade aos atendimentos, a presidente da ASPEQ afirma: “temos uma lista de espera com o dobro dessa quantidade”, referindo-se ao número de atendidos atualmente. “Fomos até a Alesp para tentar conseguir verba (fomos com recurso próprio) Conseguimos 200 mil do Conte Lopes , porém não podemos receber porque o Roberto não assinou a concessão de uso do espaço que ele havia prometido”, reforça.
A prefeitura, por meio de um advogado municipal, teria sinalizado que a Procuradoria está analisando a possibilidade de licitar a área para aluguel. O mesmo advogado teria alertado Sandra de que as melhorias feitas no imóvel pela ASPEQ poderiam ser consideradas “crime”. “Como Advogado que sou entendo que o Roberto está correto em alugar aquela área nobre ao invés de conceder gratuitamente, pois o dinheiro público tem que ser gerido com responsabilidade”, teria dito o profissional.
A comunidade, pais e mães dos alunos, está revoltada com a postura do Executivo. Um abaixo-assinado virtual está sendo mobilizado para reverter a decisão (clique aqui para assinar).
O apoio da população é visível nos comentários: “Que Deus abençoe sempre esse projeto que, além do desenvolvimento físico e emocional, mostra que ainda existem pessoas boas e dedicadas a ajudar o próximo. Vocês tinham um projeto e um sonho e, mesmo sem a ajuda necessária do poder público, estão fazendo acontecer. Meu agradecimento a todos vocês que estão se doando a cada sábado por nossas crianças. Que Deus abençoe sempre vocês e que esse projeto cresça e vire referência na nossa cidade. Vocês vão colher muitos frutos dessa sementinha que estão plantando”, escreveu uma das mães, traduzindo o sentimento de gratidão e indignação.”
O in Foco enviou à secretaria de Comunicação a questão, mas ainda aguarda o retorno.