Oficialmente mais de 5 bilhões de reais de dinheiro público bancaram as campanhas políticas deste ano. Mas o custo final deve passar de R$ 25 bilhões, com fundo de campanha triplicado e a fatia do orçamento dada ao Centrão. Estima-se que as campanhas presidenciáveis de cada candidato (só no primeiro turno!) gastaram em média 89 milhões de reais.
Só os dois candidatos ao governo do Estado de São Paulo que vão disputar o segundo turno, gastaram até o momento cerca de 34 milhões de reais – sendo 16 milhões do candidato Tarcísio de Freitas (Repu) e 18 milhões de Fernando Haddad (PT) . Considerando os votos de cada um, cada voto de Freitas custou em média R$ 1,61 e de Haddad, R$ 2,15 (valor recebido dos fundões dividido pelos votos válidos obtidos).
O deputado mais votado de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol) teve mais de 1 milhão de votos e usou cerca de R$ 2,3 milhões em sua campanha, ou seja, cada voto custou cerca de R$ 2,30. Tudo isso pago com dinheiro do contribuinte.
O in Foco fez um levantamento de quanto os candidatos avareenses receberam e gastaram e qual o custo de cada voto, seguindo as informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que ainda não estão finalizadas. O levantamento mostra que os votos mais caros são de Carla Flores (MDB) e Ricardo Melenchon (PV).
Começando pelo candidato mais votado a deputado federal, Denilson Ziroldo (PSD) teve 5.355 votos e recebeu 300 mil reais do fundo eleitoral, o que dá R$ 56,02 por voto; considerando as despesas contratadas (209.259,00), o valor seria de R$ 39,07 por voto.
Marcelo Ortega (Pode) teve 3.665 votos e recebeu 141.600,00 de fundos partidário e eleitoral, o que mostra que cada voto dele custou R$ 38,63; se considerar as despesas contratadas (32.671,00) o valor cai para R$ 8,91 por voto.
O cabo Samuel Paes (PP) que recebeu 3.180 votos foi o único a não usar dinheiro dos fundões (pelo menos até o momento não está no TSE); ele recebeu em doações cerca de 31 mil reais e gastou pouco mais de R$ 30 mil. Cada voto custou ao candidato e seus doadores aproximadamente R$ 9,63.
A candidata Carla Flores (MDB) teve 1.304 votos – votação menor que da eleição de 2018 quando obteve 1.675 votos – e recebeu 160 mil reais de fundões, o que dá cerca de R$ 122,69 por voto. Caso considere as despesas contratadas (129.754,00), o valor cai para R$ 99,50 por voto.
O candidato Rogério Rodrigues (Avante) teve 440 votos e recebeu 20 mil reais de fundo eleitoral, o que dá média de R$ 45,45 por voto , mas considerando as despesas contratadas (1.817,54), o valor cai para R$ 4,13 por voto.
Já o candidato do PV, Ricardo Melenchon obteve 391 votos e recebeu R$ 59.900 de fundo eleitoral, o que dá cerca de R$ 153,19 por voto, mas levando-se em conta as despesas contratadas (35.198,40), o valor cai para R$ 90,02.
Por fim, a única candidata a deputada estadual Elisandra Silvestre (PSB) que teve 2.753 votos, recebeu mais de 30 mil reais de fundo eleitoral, mas declarou nas despesas contratadas mais de 33 mil reais; entretanto, ela recebeu doações que cobrem a diferença. O custo de cada voto dela é de R$ 10,89.
As diferenças entre os valores recebidos e as despesas contratadas ainda não estão no portal do TSE. Portanto, os valores estão sujeitos a alterações. Nenhum dos candidatos ultrapassou o teto de gastos. Com exceção do candidato do Avante, todos estão como suplentes nos cargos concorridos em seus partidos.