O Rotary Club de Avaré realizou no último dia 20 de agosto, diversas ações de divulgação da Campanha de combate à poliomielite, que é realizada pelos Governos Federal, Estaduais e Municipais de todo o Brasil anualmente entre os meses de agosto e setembro.

Na oportunidade, que é considerado o Dia D da vacinação, um carro de som percorreu diversos bairros da cidade conclamando os pais a vacinarem seus filhos, enquanto integrantes do clube estiveram presentes no Posto de Saúde do bairro Brabância, um dos pontos de vacinação, acompanhados do Zé Gotinha, entregando balas para as crianças e folders alusivos à Campanha para seus pais ou responsáveis.

Durante todo o período de vacinação, o Rotary Club de Avaré manterá a campanha em diversos sites, suas redes sociais e outdoors.

A doença – É de se dizer que a poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um enterovírus de alta infectividade, chamado poliovírus (sorotipo I, II e III), cujo principal reservatório de infecção encontra-se no gastrointestinal dos seres humanos.

Existem dois tipos de pólio: a paralítica e a não paralítica, que pode levar à paralisia total ou parcial dos membros inferiores. Apesar do nome, a doença pode afetar tanto crianças quanto adultos.

A poliomielite foi praticamente erradicada em países industrializados com a vacinação de crianças, inclusive no Brasil, onde a vacina contra a doença foi incorporada à caderneta de vacinas obrigatórios. Mas o vírus causador, no entanto, ainda pode ser encontrado em países da África e da Ásia.

De acordo com o Ministério da Saúde, o último caso de poliomielite registrado no Brasil aconteceu em 1989. Porém, desde 2015, o país não cumpre a meta de 95% do público-alvo vacinado, patamar necessário para que a população seja considerada protegida da doença.

Em 2021, a cobertura vacinal foi de 67%, segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI).

 

O Rotary e a poliomielite:

Grande parte do sucesso no controle da doença se deu graças a atuação do Rotary Internacional, já que por meio de seus milhares de clubes espalhados pelo mundo, vêm atuando sistematicamente contra a doença por meio de campanhas de vacinação.

O caminho para a erradicação da pólio tem sido longo e difícil. Desde 1985, quando o Rotary abraçou a luta contra a doença, os casos de poliomielite caíram de 350.000 em 1988 para apenas dez este ano. Tal sucesso demandou muito tempo, dinheiro, flexibilidade e inovação dos milhares de voluntários que se dedicaram, e continuam se dedicando, a eliminar a paralisia infantil.

Vejamos então cinco fatos e curiosidades sobre o combate à pólio que talvez você não saiba:

  1. Fabricantes de sorvete da Síria estão congelando pacotes de gelo usados pelos voluntários e agentes da saúde para manter as vacinas na temperatura ideal durante campanhas de imunização.

 

  1. Celebridades como embaixadores da luta. Temos gente famosa ao nosso lado. A cantora Ivete Sangalo, a modelo Isabeli Fontana, o jogador de futebol Pato, o humorista Renato Aragão, a atriz Rosamaria Murtinho, o cantor Ziggy Marley, o Nobel da Paz Desmond Tutu, a antropologista Jane Goodall e o filantropo Bill Gates são algumas das personalidades que estão conosco, apoiando o fim da pólio.

 

  1. Voluntários do Rotary e agentes da saúde já subiram montanhas, atravessaram desertos e foram a ilhas distantes, muitas vezes arriscando suas vidas pelo nobre objetivo de imunizar crianças contra a paralisia infantil. O Rotary já financiou o uso de mais de 1.500 motocicletas e 6.700 veículos, além de 17 barcos de grande porte para chegar às populações que precisavam ser protegidas contra o vírus da pólio. Muitos vacinadores viajaram no lombo de burros, elefantes e camelos para atingir áreas de difícil acesso.

 

  1. Dos cerca de 21.000 vacinadores do Paquistão, 83% são mulheres. Este alto contingente feminino resultou em maior acesso às residências e postos de vacinação, já que as famílias são mais abertas a deixar seus filhos serem vacinados por mulheres do que por homens.

 

  1. Graças à dedicação do Rotary e dos seus parceiros, mais de 16 milhões de pessoas não ficaram paralíticas e estão vivendo com dignidade. Desde 1988, foram imunizadas mais de 2,5 bilhões de crianças contra a pólio.

 

A campanha do Ministério da Saúde:

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação começou no dia 8 de agosto em todo o Brasil e vai até o dia 9 de setembro.

Aproximadamente 40 mil postos de vacinação estarão abertos para aplicar as doses das 18 vacinas que compõem o Calendário Nacional de Vacinação da criança e do adolescente, dentre elas, a da poliomielite.

O ministro da saúde, Marcelo Queiroga, ressaltou a necessidade da obtenção de uma alta cobertura vacinal. “Ninguém tem dúvidas da importância do Programa Nacional de Imunizações, com ele nós erradicamos a poliomielite. O último caso foi em 1989. Nós temos que imunizar contra a poliomielite 15 milhões de crianças. É urgente que consigamos recobrar nossas coberturas vacinais, no mundo todo as coberturas caíram no período pandêmico”.

O objetivo da campanha é alcançar cobertura vacinal igual ou maior que 95% para a vacina poliomielite na faixa etária de 1 a menores de 5 anos de idade, além de reduzir o número de não vacinados de crianças e adolescentes menores de 15 anos e melhorar as coberturas vacinais, conforme o Calendário Nacional de Vacinação.

Para a campanha contra a poliomielite, o grupo-alvo são as crianças menores de cinco anos de idade, totalizando mais de 14.3 milhões de pessoas, sendo que as crianças menores de 1 ano deverão ser vacinadas conforme a situação vacinal encontrada para esquema primário. As crianças de 1 a 4 anos deverão ser vacinadas indiscriminadamente com a Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico.

 

Texto de José Renato Fusco | Fotos de Dorival Dionizio Gomes, Clarice Terezinha Francisco, Jorge Uebi Maluf, e Tatiane Silva de Oliveira – Do Rotary Club de Avaré | Com informações do Rotary Internacional, Ministério da Saúde do Brasil e site Minha Vida