
O servidor público municipal Flávio Henrique de Oliveira Gomes usou as redes sociais nesta quarta, 7, para tornar pública sua indignação quanto às perseguições que estaria sofrendo por parte do atual governo Roberto Araujo e com o corte de horas extras.
Concursado há 18 anos, Flávio que é oficial de manutenção, trabalhava como maqueiro no setor de ambulância e fazia muitas horas extras, segundo relatou.
Contudo, o atual governo já havia determinado o corte de horas extras antes mesmo de sua posse em janeiro, devido à dívida herdada pelo governo anterior. Porém, mesmo com o anúncio das dificuldades financeiras e cortes de horas extras, Araujo surpreendeu a população criando o maior número de secretarias da história da cidade (28) – número que ultrapassa municípios de grande porte como Bauru e Marília. Isso obviamente revoltou funcionários públicos que faziam horas extras para ganhar mais.
Na postagem de hoje, 9, o servidor se dirige ao próprio prefeito. “Meu nome é Flávio Henrique e venho expressar minha indignação em relação à minha jornada de trabalho como profissional da ambulância. Tenho me dedicado a trabalhar 12 horas todos os dias, comprometendo-me a atender a população em momentos críticos. No entanto, sinto-me injustiçado por não receber as horas extras trabalhadas. Esse descaso em relação à compensação adequada pelo meu esforço tem afetado não apenas minha vida financeira, mas também meu bem-estar emocional. O trabalho que realizo é de extrema importância e demanda dedicação máxima, e é fundamental que isso seja reconhecido e valorizado. Acredito que todos os trabalhadores merecem um tratamento justo e digno. Peço que considere minha situação e busque uma solução que garanta o pagamento das horas extras devidas”, frisa ele, acrescentando indignado: “Estou postando pra mostrar a valorização de nós funcionários concursados, onde trabalhamos e na hora de receber cadê. Essas horas que ajuda mais infelizmente não temos nenhuma valorização e sim perseguição. Hoje meu cargo encontra-se em disposição eu sem saber onde vou trabalhar sem resposta nenhuma, caso alguém duvide tenho provas das perseguição, isso é só um desabafo de um funcionário”.
Ao in Foco, o servidor confirmou todo o relato, acrescentando que tem provas da perseguição que vem sofrendo porque ele e a esposa teriam trabalhado na campanha de outro candidato à prefeitura.
“Como um pai de família sobrevive com isso? Trabalhei dezembro quase que inteiro fazendo hora pois onde trabalhava não tinha como parar (setor de ambulância); natal e ano novo das 8 às 20 horas. Em janeiro veio zero hora e ele disse que ia rever quem realmente iria receber. Ele disse que era pra mim sair do setor de ambulância e pra mim ir pro cemitério, pois lá eu ia trabalhar de segunda a sexta sem nada só pra mim aprender a não postar coisas contra ele”, desabafou.
Junto com a postagem, Flávio publicou o holerite (acima) para provar que com descontos e sem horas extras, recebeu pouco mais de 300 reais.
Afetado emocionalmente, ele afastou-se da prefeitura e tem trabalhado na venda de veículos. Ele também questiona o pagamento a comissionados (atualmente mais de 100, não incluindo secretários, conforme levantamento do in Foco) que recebem muito mais que parte dos servidores.
Nos comentários, muitos internautas se revoltaram com a situação exposta e criticaram o prefeito Roberto Araujo, que está em Brasília (DF).
Um dos internautas, Israel Gomes, chega a afirmar que tudo isso abre “margem para impeachment do gestor, caso não seja corrigido as passivos trabalhistas e a escala horária”.
A matéria será enviada à procuradoria, Ministério Público, ao governo e Avareprev.