Três vereadores e um advogado estão entre os presos na Operação Munditia, deflagrada na manhã desta terça-feira (16) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo e pela Polícia Militar.
A ação tem como objetivo desarticular um grupo criminoso que seria ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e é investigado por fraudes em licitações públicas em várias cidades do estado.
Em nota, a Câmara Municipal de Cubatão informou que tomou ciência da referida operação e que está colaborando com as equipes de investigação, fornecendo todos os documentos solicitados pelas autoridades.
Além dos políticos, um advogado também está entre os detidos. Há ainda 11 mandados de prisão temporária a serem cumpridos no âmbito da operação.
Estão sob investigação contratos nas cidades de Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri e Itatiba. A operação mira suspeitos de ter ligações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para fraudar inúmeras licitações em todo o estado.
A investigação apontou que a estrutura criminosa simulava concorrência pública com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Também há indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos e diversos outros delitos – como fraudes documentais e lavagem de dinheiro.
As empresas do grupo têm contratos públicos que somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos. Segundo a investigação, a facção Primeiro Comando da Capital tinha influência na escolha dos ganhadores de licitações.
Os vereadores presos são:
Flávio Batista de Souza (Podemos), o Inha, de Ferraz de Vasconcelos;
Conhecido pelo apelido Inha, o político foi o candidato mais votado ao Legislativo da cidade na última eleição, em 2020, tendo recebido 1.843 votos. Foi eleito pelo Podemos, mas já foi filiado ao PTB, PSB e PL.
Luiz Carlos Alves Dias (MDB), o Luizão Arquiteto, de Santa Isabel;
Atualmente no MDB, Luizão arquiteto está em seu terceiro mandato como vereador em Santa Isabel, também na Grande São Paulo. Na eleição de 2020, foi eleito pelo PL com 539 votos. Em 2016 e 2012, foi eleito pelo PR –sigla que, em 2019, mudou o nome para PL.
Ricardo Queixão (Podemos), de Cubatão.
Ricardo Queixão, tem 47 anos e está em seu terceiro mandato como vereador em Cubatão, na Baixada Santista. Queixão se filiou ao PSD em março deste ano. Antes, estava no PSDB, partido pelo qual foi eleito em 2020, quando recebeu 1031 votos. Antes, também foi filiado ao PDT e ao PMDB.
O que dizem os envolvidos
O PSD, partido de Ricardo Queixão, afirmou por meio de nota que está “acompanhando” as apurações e “não compactua” com desvios de conduta. “O partido adotará, se necessário, punições exemplares cabíveis, de acordo com as conclusões dessas apurações e do devido processo legal”.
A executiva municipal do Podemos de Ferraz de Vasconcelos, partido do vereador Inha, disse que apoia “toda e qualquer investigação” de combate ao crime organizado e “acompanha” os desdobramentos da operação de hoje para que, garantido o direito de defesa, venha a tomar medidas institucionais.
O MDB, partido de Luizão Arquiteto, ressaltou que o vereador foi eleito pelo PL e se filiou ao MDB na última semana. “O partido apoia o avanço das investigações, por isso decidiu suspender a filiação de forma cautelar”, disse a sigla.
Fonte CNN