Numa atitude que a população entendeu como “manobra política”, a Câmara Municipal aprovou a formação da CPI da Covid, apenas com vereadores da base governista. A comissão será formada por Roberto de Araújo (PTB) que teve 7 votos, Carla Flores (MDB) com 7 votos e Ana Paula (Republicanos) que teve 13 votos. A participação dos vereadores da oposição obviamente foi ignorada, embora o pedido da CPI tenha vindo deles.
Em tese a CPI deve investigar suspeita de superfaturamento na compra de 6 mil unidades de Midazolam e 700 unidades de Fentanil (utilizados no tratamento de coronavírus), por quase um milhão de reais.
Como o in Foco apurou em pesquisa, depois da denúncia do jornal do Ogunhe, não foi encontrada compra semelhante feita por Avaré, que pagou 6 vezes mais. Todos os documentos estão a disposição das autoridades.
O vereador Roberto de Araujo usou a palavra agora a pouco na sessão e frisou que “onde há dúvida tem que ser investigado; o que não pode é ficar no disk-disk”. A vereadora Adalgisa Ward (PSD) pediu que o partido integrasse a comissão, já que é o que tem o maior número de vereadores no legislativo avareense.
A escolha dos vereadores que vão fazer parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar uma compra suspeita de medicamentos para tratamentos da Covid-19, deverá parar na Justiça.
Isso porque o presidente da Casa, Flávio Zandoná (Cidadania), conduziu a escolha, não seguindo a Constituição Federal que destaca no parágrafo 1º do artigo 58: “Nas constituições das mesas e de cada comissão é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa”.
Outro fato que chama a atenção é que o advogado da Câmara, que vai auxiliar os trabalhos da CPI, é cunhado do prefeito Jô Silvestre.
Marcelo Ortega (Pode) reforçou o respeito a proporcionalidade partidária na CPI em seu discurso na Palavra Livre.
(com informações da Voz do Vale)