A origem da vilã é um divertido desfile de alta costura punk rock
(Em cartaz nos cinemas e disponível a partir de 16/07 na Disney +)
Assim como eu, muitos fãs do clássico da Disney “101 Dálmatas” tinha curiosidade em saber como surgiu a vilã Cruella, como ela veio a odiar os cães pintadinhos e de onde veio sua paixão por moda. Agora não mais. Em “Cruella” (2021) conhecemos a versão do diretor Craig Gillespie Gillespie ( dos ótimos “Eu,Tonya” e “A Garota Ideal”) para a personagem exótica amante de casacos de pele.
Emma Stone como Cruella De Vil está em um dos seus melhores papéis, petulante, abusada e cáustica; houve uma releitura que pasteurizou a personagem que de vilã virou uma anti-heroína que é movida por moda e por vingar a morte da mãe. Cruella era apenas uma menina órfã que sofria bullying por ter estilo demais, sua alma sempre foi punk e vestida de Vivianne Westwood .
A atuação de Stone é tão boa e fresca que nem cogitamos compará-la com a personagem icônica de Glenn Close. No entanto quem rouba a cena de tudo e de todos é outra Emma, a Thompson, que como Baronesa é uma diabona vestindo Prada, caminhando a passos largos e dizendo frases com um sotaque britânico que por si só já é chic até o osso.
O fio condutor da trama é a moda e a genialidade de Cruella e da Baronesa e o narcisismo exacerbado de ambas, que viram rivais na vida e nas passarelas lutando pelos holofotes. Os looks da trama são obras de arte apresentados de forma triunfal, um espetáculo visual até mesmo pra quem não se liga em moda, com cortes precisos, tecidos luxuosos, saias imensas, bordados e acessórios deslumbrantes de deixar o espectador zonzo com tanta informação fashion.
A trilha sonora é outro show aparte, afinal estamos na Londres efervescente dos anos 70 no auge do movimento punk. The Clash, Blondie, Queen, Bee Gees, Supertramp, Nina Simone, Ike e Tina Turner, Florence and The Machine, Rolling Stones, Doors , a vontade é sair dançando usando os looks e penteados mais excêntricos da vida.
Vingança, figurinos, músicas, interpretações e cenários : tudo em “Cruella” é superlativo, inclusive na diversão proporcionada aos fãs de live-actions.