Mais uma vez a sessão do Legislativo foi realizada em meio a polêmicas, desta vez por conta da advertência que o presidente Flávio Zandoná (Cidadania) deu aos vereadores Carlos Wagner (PSD) e Marcelo Ortega (Podemos) pelo comportamento na sessão passada, quando ambos protestaram contra a atitude de liberar o pronunciamento do secretário Ronaldo Guardiano, sem respeitar o regimento interno da Câmara.
Para relembrar, vereadores da oposição – Adalgisa Ward, Carlos Wagner, Marcelo Ortega, Hidalgo Freitas, Luiz Cláudio e Isabel Dadário – depois de discutirem, deixaram o plenário após o presidente Flávio Zandoná ter colocado em votação um pronunciamento do secretário de Administração Ronaldo Guardiano, sem ao menos estar na pauta da sessão conforme determina o regimento interno.
Ontem, Zandoná deu início a sessão exibindo o vídeo gravado pelo IN FOCO E SEM AUTORIZAÇÃO para embasar as advertências aos vereadores. A atitude foi duramente criticada, pois segundo os vereadores, vai contra o regimento interno também.
A oposição usou a palavra para contestar as advertências. “Lamentável a atitude dessa presidência; quem cometeu infração foi o senhor”, frisou o líder do PDS.
“Isso é uma tentativa de calar os vereadores da oposição, disse o vereador Hidalgo de Freitas (PSD). “Advertidos pelas nossas manifestações? Como devemos entender então o que ouvimos (na sessão passada): ‘podem se retirar’, ‘corta o microfone dele’?”, questionou.
“O vereador nesta casa está sendo cerceado. Esta casa de leis não me representa. Virou uma segunda prefeitura”, desabafou a vereadora Adalgisa Ward (PSD). “Estou indignada. O senhor me acompanhava pelas ruas da cidade criticando o senhor prefeito. Como pode essa mudança radical? Acompanhando tudo que a prefeitura quer? Me mandaram calar a boca e o senhor deixou senhor presidente!”, argumentou, referindo-se a uma fala do vereador Roberto de Araújo (PTB), que realmente não foi advertido depois de ter gritado com a colega.
“A soberania do plenário não pode ser usada para ratificar atitudes antirregimentais”, disse o vereador Marcelo Ortega (Podemos). “Isso é um desrespeito ao parlamento; o Legislativo é um poder independente e o regimento interno está sendo rasgado. É uma punição descabida que demonstra a tirania desta casa de leis”. Ele deu um tapa na tribuna, repetindo o que faz na sessão passada. “Essa punição é viciada, uma decisão unilateral sem direito de defesa aos que se opõem aos desmandos. Darei tapa na mesa quando necessário”, reforçou.
Zandoná (Cidadania) que foi o último a usar a palavra livre disse saber o que os vereadores da oposição estão passando em relação a não terem requerimentos e projetos aprovados e ressaltou que a vereadora Adalgisa foi a primeira a virar as costas a ele, referindo-se a sua candidatura à presidência do Legislativo.
Alegando que seu mandato não está sendo respeitado, Zandoná lembrou que Ortega já foi secretário de Cultura do ex-prefeito Joselyr Silvestre, justificando sua mudança de postura, afirmando que tem ajudado mais pessoas como situação do que como oposição, como foi nos últimos 4 anos.
“ Vamos esperar publicar a tal advertência e depois faremos a representação”, disse o vereador Carlos Wagner ao in Foco. “A advertência é nula. Não respeitou a ampla defesa
Mais um ato autoritário do presidente que ignora o Regimento Interno”, relembrou Marcelo Ortega.
Veja novamente o vídeo da sessão passada e cuja exibição na noite de ontem pelo Legislativo não foi autorizada.