O 5G chegou ao Brasil. Esse é o nome dado à quinta geração de redes móveis, pelas quais smartphones e outros dispositivos inteligentes terão acesso à internet e poderão estabelecer comunicação entre si. A tecnologia estreou prometendo entregar taxas de transferência de dados estabelecidas entre 10 Gbps e 20 Gbps (de 10 a 100 vezes mais veloz que o 4G) ao utilizar melhor as faixas de ondas de rádio no espectro de ondas eletromagnéticas — tipo de onda também utilizado pelo Wi-Fi, Bluetooth e TV aberta, por exemplo.

Diferente das gerações anteriores, o 5G trabalha com altíssimas frequências, ou seja, emite mais ondas no espaço de 1 segundo. As frequências mais comuns adotadas em diversas regiões do mundo incluem 3,5 GHz e 26 GHz. Em comparação, as faixas de maior frequência do 4G operam por volta do 700 MHz, o equivalente a 0,7 GHz. O 5G, em sua versão pura, apresenta não somente maior rapidez na transmissão de dados mas também a chamada “baixa latência”. Isso significa que o tempo entre um comando, sua transmissão e seu resultado ficou ainda menor e mais estável, garantindo seu uso em tarefas nas quais microssegundos fazem a diferença.

É o caso, por exemplo, de carros autônomos (“sem motorista”), nos quais a troca rápida e eficiente de informações permite que haja um menor tempo de reação, essencial para evitar uma colisão ou permitir um melhor fluxo de transporte. Outro ponto a ser considerado é que a rede 5G garante também mais estabilidade, mesmo que muitas pessoas acessem simultaneamente em um mesmo ponto.

Além dessa aplicação, é possível considerar também que nova geração de transmissão de dados permitirá experiências muito superiores em videogames, óculos de realidade virtual e realidade aumentada (quando informações são sobrepostas ao que você está enxergando de fato),

O advento dessa nova rede permite, também, que vejamos um futuro distante se tornar ainda mais viável, com eletrodomésticos integrados na “internet das coisas”, nos quais há cooperação entre os equipamentos e as necessidades dos usuários; e smart cities, nas quais luzes e trânsito, por exemplo, podem ser controladas via internet para melhorar urbanismo e em busca de eficiência energética.

Mais perto do nosso uso cotidiano, é possível que o 5G permita, inclusive, que não seja mais necessário utilizar cabos e modem de Wi-Fi para o acesso doméstico ou empresarial à internet. Com o uso do 5G Puro, pode-se aplicar um acesso fixo sem fio, que utiliza ondas de rádio para criar conexão entre torres de celular e antenas externas. Por isso, no Brasil, se optou pela criação de estrutura para o 5G SA, ou, 5G Puro. Aqui, o 5G passou a ser uma exigência para as operadoras na ocasião do leilão das faixas de transmissão. A Anatel buscou o compromisso das empresas para investir na infraestrutura adequada e garantir diversas aplicações no futuro, tanto na indústria quanto comércio, agricultura, automóveis, entre muitos outros setores.

 

O que muda? Por enquanto, não muita coisa, uma vez que apenas 5% dos celulares brasileiros são compatíveis com o 5G puro. De acordo com notícia veiculada pela operadora Claro tem liberado 5G-NSA (a modalidade impura da rede), uma vez que as principais aplicações foram desenvolvidas para uso em 4G, portanto, a alta velocidade que a nova rede garante seria o suficiente para causar impacto para o consumidor. A aplicação, por enquanto, da rede 5G-SA seria muito limitada para que o consumidor pagasse mais caro para obter o serviço.

Com fase de testes em laboratório iniciada por volta de 2014, o 5G é a quinta geração de internet móvel, como seu nome sugere, também identificada pela sigla NR (New Radio, ou Novo Rádio, em tradução livre). A rede foi desenvolvida ao longo da década de 2010 com objetivos ambiciosos, visando aumentar em mais de 10 vezes a velocidade de conexão comparado ao 4G LTE (Long Term Evolution, ou Evolução de Longo Prazo). Resumidamente na prática, o que muda:

  • Transmissão em tempo real – com a alta velocidade na conexão, as transmissões ao vivo que estão em alta com o streaming têm menor chance de travar, uma vez que a latência é menor com o 5G.
  • Veículos autônomos – Os carros autônomos que funcionam sem a necessidade de um motorista, com a tecnologia 5G, serão ainda mais confiáveis. Os veículos poderão se comunicar informando todos os procedimentos. Porém, a comunicação permite que os carros se conectem com o trânsito.
  • Dados na nuvem -O aumento na velocidade e na capacidade de transmissão de dados é um dos elementos do 5G que vai mudar. Como exemplo, todos os serviços em nuvem poderão se tornar mais ágeis, desde o uso de ferramentas de colaboração até o desenvolvimento de aplicações.
  • Conexão 360 – Com a chegada do 5G será possível conectar mais dispositivos ao mesmo tempo. Um dos setores impactados será a educação à distância (EAD), que em virtude da pandemia da Covid-19 gerou maior procura. Por exemplo, dentro de casa pode-se conectar aparelhos eletrônicos como geladeira, televisão e iluminação. Serviços como transporte de aplicativos também devem oferecer novas funcionalidades.

 

(Fontes: Portal da Indústria, Agência Brasil, Juniper Networks,  Canaltech e Techtudo)