O deputado Fernando Cury(sem partido) que foi afastado por seis meses, infelizmente sem perder o mandato e responde por crime de importunação sexual, poderá ser uma das testemunhas do vereador Célio de Barros, o Celião (PSDB) que está sendo investigado por conta de assédio moral e machista contra uma jornalista em Pardinho.
Em abril, foi instaurada uma CPI (Comissão Processante de Investigação) que afastou Celião para analisar a denúncia feita pela jornalista Elaine Abramides à Câmara de Vereadores de Pardinho contra o vereador Celião (PSDB) por assédio moral.
O vereador acabou voltando ao cargo através de liminar provisória, após duas tentativas de retomar a cadeira. Celião disse em uma reunião que “”quando eu estava de prefeito, ela [jornalista] só faltava dar pra mim” – um comentário machista e ofensivo – o que pode ser comprovado por áudios já publicados (inclusive pelo in Foco).
Quatro parlamentares votaram a favor do afastamento do vereador e quatro votaram contra: Renan Pereira Eburneo, Diego Ribeiro Marcelo Camargo e o denunciado , Celio de Barros. O presidente da Câmara, Aires Nelson Merlin, deu o voto de desempate e aprovou o pedido. Um dos que votou contra o afastamento de Celião, é o vereador Renan Eburneo, investigado em denúncia por desvio de verba pública.
A Comissão Processante deve encerrar a investigação até julho e dia 20 começará a oitiva com as testemunhas. O Conselho Municipal de Politicas para Mulheres de Botucatu pediu em ofício dia 2 de junho direcionado ao presidente da CPI, o vereador Joel Rodrigues Neto, que todas sessões e depoimentos sejam transmitidos ao vivo pelas redes sociais do Legislativo de Pardinho.
Em sua defesa, Celião pede o arquivamento da denúncia, alegando vários “vícios” que teriam sido cometidos pela presidência da Câmara e chega a escrever que “a suspensão de exercício de mandato eletivo não é matéria cuja disciplina jurídica, na definição de suas hipóteses, possam ser da competência da Câmara Municipal” e que “o Regimento Interno da Câmara Municipal não prevê o afastamento imediato de vereador quando de denúncia apresentada por pessoa natural ou jurídica”.
“É poder demais aos Municípios que o constituinte não lhes outorgou: definir o recebimento de denúncia por falta de decoro ou infrações politico-administrativas dos Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores e, até mesmo criar figura impeachment, instituto de feição caracteristicamente política, em nível municipal”, alega.
O vereador também argumenta que não disse o que está nos áudios embora tenha pedido desculpas publicamente à jornalista na sessão em que foi afastado e aprovada a CPI. “Se ao mérito se chegar (o que se admite apenas por paixão ao debate), à ele melhor sorte não está reservada. Os fatos articulados na inicial, com quem o prefeito não manteve relacionamento cordial, não prestam como prova em juizo. Alega-se na denúncia que o sr. Vereador supostamente teria proferido palavras ofensivas a denunciante. O Vereador não efetuou as palavras na forma como consta da denúncia. A fala foi extraída de uma reunião que teve duração de uma hora e dez minutos, sendo que o trecho não retrata a realidade do ocorrido”, diz.
Lamentavelmente casos como este tem crescido num total desrespeito às mulheres. Recentemente, o deputado Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, teve o mandato cassado por quebra de decoro em denúncia semelhante envolvendo áudios machistas. Infelizmente o mesmo não ocorreu com o deputado Fernando Cury que apalpou os seios de uma deputada em plena sessão. Na cidade de Ourinhos foi suspensa a concessão de um titulo de cidadão como forma de retaliação; em Avaré ele foi homenageado por uma instituição filantrópica.
(foto redes sociais)