O colapso do Pronto Socorro municipal foi outro tema de debate na sessão do Legislativo, como se esperava. Porém, muito se falou, mas pouco foi feito na prática – principalmente pela base do prefeito, que apesar de admitir o caos do PS não propôs nenhuma solução concreta.
Usando a fala da coordenadora do PS Lucimara Trevisan em audiência da saúde, na sexta-feira passada, o vereador Roberto de Araujo (PTB) atacou os vereadores da oposição, acusando-os de coagir e intimidar os médicos do local; conforme o argumento apresentado pela coordenadora na audiência, os médicos alegaram que não iriam atender mais por causa da pressão feita pela fiscalização dos vereadores da oposição, que nos últimos dias intensificaram a cobrança de uma solução, diante das dezenas de reclamações e denúncias feitas diariamente na rede social.
Estranhamente, nenhum vereador da base governista foi ao P.S. fiscalizar ou confirmar se as reclamações procedem.
O vereador Marcelo Ortega (Podemos) citou matéria veiculada ontem pelo in Foco, na qual um enfermeiro narrou hoje a situação dramática do pronto atendimento municipal, que não tem condições adequadas para dar conta da demanda; o profissional inclusive foi contaminado em trabalho com outros 11 colegas e inclusive estariam tendo que pagar pelos testes.
“Os médicos não estão trabalhando por causa dos vereadores da oposição que estão causando pânico e terror”, acusou Araújo.
A vereadora Adalgisa Ward (PSD) desmentiu Araujo, enfatizando que a oposição não parará de fiscalizar e que irá questionar os médicos sobre essa alegação.
O vereador Hidalgo Freitas (PSD) apresentou alguns registros policiais na qual a coordenadora Lucimara Trevizan, revelou que desde dezembro de 2020, a empresa Infomed não estaria cumprindo o contrato firmado com a Prefeitura para o fornecimento de médicos.
Segundo o boletim de ocorrência registrado no dia 27 de maio, a coordenadora destaca que a Informed, vencedora da licitação, firmou contrato com a Prefeitura no dia 9 de dezembro de 2020 para disponibilizar 11 médicos durante o plantão de 24 horas no Pronto Socorro Municipal.
Porém, segundo a funcionária, desde o início do contrato, a empresa “vem falhando em disponibilizar todos os profissionais que, contratualmente, estaria obrigada para os plantões médicos do Pronto Socorro Municipal”.
Ainda segundo o registro policial, a coordenadora revela que na quarta-feira, dia 26 de maio, “não havia absolutamente médico algum para assumir o Pronto Socorro” e que uma médica que estava prestando serviços na Santa Casa para não faltar profissionais no PS.
A coordenadora do Pronto Socorro revelou ainda que, questionada, a Infomed somente estaria se justificando informando que a falta de médicos estaria ocorrendo devido a pandemia do novo coronavírus.
Lucimara revelou que existe uma movimentação na Secretaria de Saúde para revisar o contrato firmado com a Infomed diante do risco da falta de médicos. Ela salientou que a falta de profissionais poderia colocar em risco o atendimento prestado no município.
Hidalgo também convocou através de requerimento, a convocação do secretário de Saúde, Roslindo Machado, para esclarecer a situação na qual o Pronto Socorro de Avaré vem enfrentando, principalmente, com a falta de médicos.
Além do secretário, o vereador convocou ainda a coordenadora do Pronto Socorro Municipal, Lucimara Trevizan.
(Fonte parcial Voz do Vale)