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Depois de ter protagonizado momentos polêmicos na sessão anterior do Legislativo, o tenente Carlos Wagner (PSD) que revelou bastidores da eleição do presidente Flávio Zandoná (Cidadania) com a “negociação de duas secretarias” (nas palavras do próprio edil), voltou atrás e mudou o tom, pedindo desculpas ao presidente, alegando que não teve intuito de manchar a imagem dele. Para ocupar o tempo de sua palavra livre, Wagner leu as funções de um vereador e abordou casos de golpe de nudes em Avaré.

Nitidamente houve um clima de estranhamento entre os eleitores que assistiam a sessão on line, que teve outros discursos performáticos, como do próprio presidente Zandoná, que após parabenizar a netinha pelo aniversário, chorou ao se referir as ofensas do colega. “O senhor será apunhalado pelas costas e sangrará até a morte”, havia dito o tenente na sessão passada, referindo-se ao presidente.

Zandoná chegou a colocar este trecho da gravação relatando que ficou magoado, mas que desculpou o colega, depois de parabenizar o jurídico da casa (que Wagner havia dito que o presidente não confiava) e revelar que o PSD não o aceitou como candidato a presidência na época.

Ficou clara a incoerência do discurso do presidente que vê nas críticas ataques pessoais (que nunca foram feitos), mas usa a tribuna para parabenizar aniversário da família. Vários eleitores na rede social questionaram até que ponto isso é necessário e profissional (ou pessoal).

A vereadora Ana Paula (Republicanos) também se disse ofendida como edil e mulher, pela fala agressiva do tenente, já que foi acusada de ser uma das envolvidas nas negociações de secretarias e relacionou verbas que seu partido trouxe para Avaré; entretanto não explicou porque seu partido era oposição (Érica Alves foi vice na chapa de Denilson Ziroldo), e repentinamente tornou-se situação e seu presidente, Márcio Danilo dos Santos, secretário de Turismo.

No decorrer da palavra livre, quase todos os vereadores da situação elogiaram a postura do tenente. O vereador Roberto de Araújo leu nota de apoio de seu partido (PTB) em solidariedade a Zandoná e Ana Paula.  O PSD, partido do tenente, não comentou sua mudança de comportamento.

Para relembrar

Para quem não assistiu a sessão passada do Legislativo, o vereador do PSD definiu a CP (para investigar suposta quebra de decoro de Marcelo Ortega)  como “manobra política canalha para encobrir a CPI”,  e escancarou as manobras políticas feitas na eleição de Zandoná para a presidência.  “O senhor está sendo usado (presidente), foi vitima de uma manobra política que vai custar caro;  negociaram duas secretarias”, revelou. As duas secretarias em questão são do Turismo, ocupada pelo presidente do Republicanos, (partido da situacionista Ana Paula) e da Cultura, ocupada por Isabel Cardoso, presidente do Cidadania, partido de Zandoná.

O vereador lembrou, na segunda passada, que após a eleição a oposição somava 8 vereadores; depois do que chamou de  “jogo de interesses” envolvendo Zandoná e a vereadora Ana Paula – segundo palavras do próprio Wagner – a oposição foi reduzida a 6 edis.

“O tijolo que o senhor pediu para o prefeito comer faz parte hoje do alicerce deste governo”, lembrou o vereador, numa alusão ao episódio em que Zandoná (quando era oposição) levou um tijolo ao plenário para que o Executivo o comesse.

“É uma verdadeira vergonha (…) me decepcionei com o senhor (…) o senhor não confia nem no jurídico dessa casa, que tem o cunhado do prefeito (…) é verdade Ortega, aqui é uma extensão do Executivo (…) o senhor está num emaranhado e não consegue sair; será apunhalado pelas costas. A conta vai chegar e será pesada; sangrará politicamente até a morte”, criticou Carlos Wagner, referindo-se a postura de Zandoná que nos últimos 4 anos foi oposição ao atual governo.  “Essa foi a única opção que ele (prefeito) teve de impedir que a oposição tomasse conta da mesa diretora da Câmara “, frisou o vereador. “O prefeito fez barba, cabelo e bigode – simplesmente isso”.