Dezenas de pessoas participaram do ato de solidariedade realizado na Concha Acústica em Avaré, nesta quarta, 13, às 18h30, em homenagem a jovem Yandra Nitsche Prestes, 25 anos, encontrada morta dia 19 de fevereiro. A manifestação pacífica pediu por justiça no caso que chocou Avaré como forma de sensibilizar as autoridades para as inconsistências do crime.
Marcada pela emoção, a manifestação teve depoimentos de amigos e da família, que foi unânime em reforçar a importância de apoiar outras mulheres na luta contra a violência doméstica.
A mãe de Yandra, Karine Nitsche, relatou como a filha já vinha denunciando os abusos que sofria, relato corroborado pelo avô de Yandra, que foi a última pessoa a vê-la com vida.
Todos confirmaram que as marcas que ela trazia da agressão sofrida dois dias antes da morte, eram visíveis. Isso porque estranhamento o laudo do IML (Instituto Médico Legal) não traz qualquer alusão as marcas de agressão.
Entenda o caso
Yandra foi encontrada morta em sua casa no parque Jurumirim pela própria mãe, dia 19 de fevereiro. Inicialmente havia a hipótese de suicídio, mas depois de algumas inconsistências o caso também deve ser investigado como suposto feminicídio. Pelo menos é o que se espera da investigação.
A vítima vinha sofrendo em um relacionamento abusivo com L.D.B. e dois dias antes da morte, na madrugada do dia 17, registrou boletim de ocorrência por agressão, mas infelizmente o exame de corpo de delito só foi marcado para a segunda-feira, quando ela lamentavelmente foi encontrada morta.
O suposto companheiro teria apagado suas redes sociais e até o momento, não teria sido interrogado, apesar do BO. A reportagem do in Foco questionou o delegado da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) Marco Aurélio Gonçalves Gomes sobre detalhes do caso, mas ainda não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
No dia Internacional da Mulher, dia 8, uma prima da vítima, fez uma postagem com fotos da agressão que Yandra havia sofrido dois dias antes da morte.
Como já divulgado, o in Foco teve acesso ao laudo necroscópico (autorizado pela família) que aponta em tese, a causa da morte como asfixia por enforcamento. Em nenhum momento o laudo cita as marcas das agressões, cujas fotos também a reportagem teve acesso – fato que deixou a família da vítima totalmente chocada e revoltada.
A família contestou o laudo, considerando que as lesões são desapareceram antes da morte. O in Foco entrou em contato com o médico legista Poio Novaes, mas ele insistiu que o documento está correto e afirmou que não havia lesões, enfatizando que há fotos da necropsia, as quais a reportagem não teve acesso.
O laudo inócuo revoltou familiares e amigos e acabou motivando a manifestação.
Fotos mostram as marcas da agressão registrada em boletim de ocorrência dia 17, inclusive com dedo quebrado. As fotos foram feitas pela própria mãe a pedido de Yandra no dia 18.