De acordo com dados da Secretaria de Justiça e Cidadania do estado de São Paulo, já foram registradas mais denúncias dos crimes de racismo e injúria racial entre janeiro e abril de 2022 do que em todo o ano de 2021.

Já foram registrados 174 casos nas cidades paulistas neste ano, contra 155 durante todo o ano anterior. Durante os mesmos meses de 2021, os documentos indicam 20 casos – um aumento de 625% na comparação entre os dois anos. Entre os anos de 2020 e 2021, também houve aumento, porém menos expressivo: em 2020, foram 49 casos.

Em Avaré inclusive, recentemente um ato racista teria sido registrado em uma partida de basquete realizada no domingo, dia 8 de maio, no Ginásio Tico do Manolo, em Avaré. Na oportunidade a equipe local, que representa a Secretaria de Esportes, enfrentou o tradicional Clube do Pinheiros, em partida válida pela Federação Paulista de Basquete (FPB).

O ato teria sido registrado na partida da categoria sub-20. O jogo foi transmitido pela internet e o trecho com declaração racista contra o atleta Daniel Moreira, do Pinheiros, foi gravado por familiares e amigos. Ele é chamado de “preto ridículo”. O vereador Jairinho do Paineiras, durante a sessão da Câmara de segunda-feira, dia 9 de maio, exibiu o vídeo do momento em que a frase racista, supostamente foi proferida pela torcedora. Ele pediu providencias sobre o caso.

 

Por que não comemorar o 13 de maio?

Por muitos anos, o dia 13 de maio foi uma data comemorativa, no Brasil, devido à abolição da escravatura, ocorrida em 1888. Entretanto, a realidade enfrentada por negros e negras, após a sua liberdade, foi oposta a uma comemoração. Milhares foram abandonados nas ruas, sem ter o acolhimento do Estado. Sem ter onde morar, sem saber ler e escrever, negros e negras reuniram-se nos quilombos em condições precárias e distantes dos centros urbanos para, unidos, tentarem sobreviver. Além disso, a abolição da escravatura apagou o grande dano que a escravidão representou e também branqueou a população brasileira através da imigração europeia.

Proposto pelo professor e pesquisador gaúcho Oliveira Silveira, em 1971, o 13 de Maio passou a ser considerado o Dia Nacional da Denúncia Contra o Racismo, para oficializar a falsa liberdade concedida e a representatividade.

Foram mais de 300 anos de escravidão contra apenas 133 anos de uma falsa liberdade. Esta data deve ser lembrada como mais um dia de resistência, e não como uma data comemorativa. A escravidão trouxe consigo as mazelas do racismo que reflete nas taxas de desemprego, na miserabilidade, nos altos índices de morte, no flagelo e na violência que negros e negras continuam sofrendo.

(Fontes Voz do Vale, CNN e UOL)