Terminou agora a pouco, uma sessão histórica do Legislativo avareense que apesar da ausência da bancada governista, aprovou a CPI dos Radares e na qual o presidente Leo Ripoli (PTB) reassumiu o cargo que havia sido tirado pela mesa diretora através de notificação. A extinção do mandato do vereador Jairinho do Paineiras (PTB) também foi oficializada pelo presidente.

Com plenário lotado, a sessão começou com atraso de mais de meia hora justamente pela ausência dos vereadores da situação – incluindo a mesa diretora – uma atitude inusitada e classificada como “covarde” por internautas que acompanharam a sessão e pelos edis presentes.

Não compareceram os vereadores Flávio Zandoná (Cidadania), vice presidente da mesa, Roberto de Araujo (PTB) 1º secretário e Ana Paula (Republicanos) 2ª secretária, todos da mesa diretora e os edis Lázaro Cardoso (MDB) e Magno Greguer (PSB), além da diretora da casa Adria de Paula.

O vereador Jairinho do Paineiras (PTB) também não compareceu, embora tenha divulgado informações de que recorreu da decisão judicial que o tornou inelegível por condenação de sonegação fiscal.

Contudo, seguindo a determinação da Justiça, Leo Ripoli conseguiu oficialmente extinguir o mandato do vereador na sessão desta segunda, 17, já que não teria publicado o ato no semanário legislativo por impedimento da mesa diretora. O suplente de Jairinho, Moacir de Lima (PTB) já assumiu a cadeira.

O final de semana cheio de revezes para a base do prefeito Jô Silvestre (PTB) culminou numa sessão histórica em que muitas decisões foram revertidas judicialmente como o cargo do presidente – retomado com aval do Judiciário – que havia sido retirado por uma decisão da mesa e a anulação da eleição da mesa diretora (veja matéria no site) em janeiro deste ano, por falha na convocação de um suplente. Uma nova eleição será ainda marcada, seguindo a liminar.

 

CPI dos Radares 

Num clima de comemoração, vereadores da oposição aprovaram a CPI- Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar a polêmica instalação de radares em Avaré e os “lucros” da “fábrica de multas” como chamaram os edis.  O pedido de investigação foi assinado pelos vereadores posição Marcelo Ortega (Podemos), Bel Dadário (União) e Adalgisa Ward, Carlos Wagner, Hidalgo Freitas e Luiz Cláudio (PSD).

A aprovação da CPI e a falta dos vereadores da situação foram os grandes destaques da noite, marcada por aplausos.

A vereadora Adalgisa Ward foi a primeira a usar a tribuna para falar do dia “especial”. “O que aconteceu  colegas que não compareceram? Não vieram por que?” ironizou, destacando sua revolta com o arquivamento de seus 40 projetos. “A lei orgânica está sendo distorcida; essa Câmara está envergonhando os avareenses”.

Carlos Wagner também não escondeu a satisfação em reverter os atos da mesa e com a aprovação da CPI.  Ele também reforçou a denúncia em relação ao concurso público anunciado pelo Legislativo e enfatizou o gasto excessivo da Câmara com comissionados, lembrando ainda que os assessores da oposição foram exonerados também pela mesa diretora.

Só para lembrar cinco assessores dos vereadores oposicionistas foram exonerados dia 12 de abril, pela mesa diretora. O presidente da Casa, vereador Léo Ripoli não assinou os atos.

O vereador Hidalgo de Freitas questionou: “essa bancada era para estar cheia” referindo-se a bancada da situação. Ele recordou que um projeto seu relativo a segurança nas escolas foi arquivado em menos de uma semana, enquanto a vereadora Ana Paula, da situação, apresentou projeto no mesmo sentido – projeto que foi arquivado pela falta da agente pública na sessão desta segunda.  “Por que (ela) não veio votar?”

O edil Luiz Claudio da Costa, um dos ferrenhos críticos dos radares foi nomeado presidente da CPI.  “Ontem foi um dia histórico. A Justiça demora, mas chega. Não estamos mais na ditadura”, comemorou.  Em seu discurso, ele cedeu tempo para a munícipe Thais Machado se manifestar sobre a CPI e mostrou que levou ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) denúncia sobre o concurso legislativo.

Marcelo Ortega classificou como covarde e promíscua a perseguição que os vereadores da oposição tem sofrido e chamou de abusivas e arbitrárias várias atitudes da mesa diretora. “Somos reféns dessa perseguição, mas vamos combatê-la”.  Para o vereador também foi um ato de covardia a exoneração dos assessores do presidente e dos edis oposicionistas que caracterizam abuso de poder.

A vereadora Isabel Dadário festejou: “ a Justiça começou a ser feita”, lembrando que sua assessora permaneceu no cargo justamente por ela (assessora) não ter mais a confiança da edil.

Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) será composta pelos vereadores Luiz Cláudio Despachante (Presidente), Hidalgo Freitas (Relator), Marcelo Ortega (Membro) e Bel Dadário (Suplente).