Um novo estudo descobriu que os genes são os verdadeiros responsáveis pela distribuição de gordura no corpo, apesar de os hormônios serem sempre taxados como os culpados por esses locais preferidos pelo tecido adiposo. Realizada por cientistas da Universidade de Uppsala, na Suécia, e publicada no periódico Nature Communications, a pesquisa ainda revelou que esse efeito está presente predominantemente em mulheres e em uma proporção muito menor em homens.
Para chegarem a essa conclusão, os pesquisadores analisaram quase 360.000 pessoas. Os participantes deram amostras de sangue para genotipagem e a distribuição de tecido adiposo foi estimada usando medidas de resistência elétrica. Milhões de variantes genéticas em todo o genoma foram testadas para a associação com a distribuição de gordura para os braços, pernas ou tronco.
Ao analisarem os resultados, a equipe de pesquisa identificou quase cem genes que afetam a distribuição do tecido adiposo em diferentes compartimentos do corpo humano, além de observarem um alto grau de heterogeneidade entre os sexos.”Sabemos que mulheres e homens tendem a armazenar gordura de forma diferente (as mulheres têm mais facilidade para armazenar nos quadris e pernas, enquanto os homens tendem a acumular gordura ao redor do abdômen em maior grau)”, diz o autor principal, Mathias Rask-Andersen. “Mas os mecanismos moleculares que controlam esse fenômeno são bastante desconhecidos”.
Estudos epidemiológicos demonstraram que a capacidade de armazenar gordura ao redor dos quadris e pernas dá às mulheres alguma proteção contra doenças cardiovasculares. Isso pode explicar o aumento da prevalência de doenças do coração no sexo masculino. Segundo os cientistas, os resultados do estudo podem, portanto, levar ao desenvolvimento de novas intervenções para reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
Recentemente, um outro estudo já havia descoberto porque algumas pessoas tem tendência a engordar e outras não. A pesquisa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) localizou o circuito genético que controla nosso metabolismo do corpo a queimar ou armazenar gordura. Os cientistas descobriram, através da manipulação genética, que o circuito funciona como um interruptor mestre e pode oferecer uma nova abordagem para tratamentos de obesidade. Os pesquisadores finalmente compreenderam como o gene ligado à obesidade faz com que as pessoas engordem. Desde o ano de 2007, eles estavam lidando com um grande mistério. Eles sabiam que o gene FTO está relacionada com a obesidade, mas não sabiam como. Isso faz com que algumas pessoas tenham um organismo sempre disposto a acumular mais e mais, enquanto outras gastam energia e queimam gordura como se não houvesse amanhã. De acordo com a pesquisa, a diferença entre ser magro e gordo é uma única letra em um gene na região FTO. Quando ela é um T (timina), as células queimam energia. Quando ela é um C (citosina), essa capacidade é suprimida. Isso funciona através da ativação ou desativação entre dois genes distantes, o IRX3 e o IRX5.
A descoberta é extremamente importante porque contraria a noção de que as pessoas são afetadas pela obesidade por causa de suas próprias escolhas erradas, de acordo com a líder do estudo, Melina Claussnitzer, especialista em genética na Universidade de Harvard. Agora que descobrimos que o excesso de peso não é só culpa de quem o tem, é esperar para que um remédio seja criado e possa diminuir os malefícios da obesidade. Isso não significa que, embora tenha ‘desculpa’ rsrsrs, você não tem que cumprir as metas de ano novo.
(Fontes Manual do homem moderno e UOL VivaBem)