Grande parte das mulheres infelizmente não tem uma autoestima boa como deveriam. Muitas vezes deixam-se influenciar pelo mercado que dita “regras” de conduta, do que vestir, de como ser e até do peso ideal. Por serem mais emocionais, carregam ‘cargas’ em nome dos filhos, da família e até da sociedade. Deixam-se de lado para cuidar de outros. Não por acaso, a depressão é mais comum nelas. E isso já foi amplamente comprovado; o sexo feminino possui um risco quase duas vezes maior de desenvolver a depressão, segundo uma pesquisa mais recente feito pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que investigou a fundo o cérebro de homens e mulheres para tentar desvendar possíveis mecanismos biológicos por trás disso.
Um trabalho científico de 2017 mostrou que o DNA pode estar por trás dos processos inflamatórios que desencadeariam certos transtornos mentais. Nesse levantamento, os pesquisadores avaliaram marcadores genéticos e inflamatórios em pacientes que já haviam tentado o suicídio. “Demonstramos que a carga genética talvez dificulte o bom funcionamento cerebral em situações de estresse, favorecendo a reação inflamatória e agravando o quadro depressivo”, explica o psiquiatra Antonio Egídio Nardi. Segundo ele, em geral, esse transtorno pode surgir da interação de fatores genéticos com o estresse.
Acontece que a genética e a flutuação hormonal seriam mais preponderantes no desenvolvimento da doença entre o sexo feminino. “Antes da menopausa, a incidência de depressão é pelo menos duas vezes maior nas mulheres. Após a menopausa, é a mesma para os dois sexos”, exemplifica Nardi. Isso indica que os hormônios femininos, que caem em concentração depois dessa fase, têm um papel na depressão. Seja como for, a doença tem nas mulheres suas maiores vítimas e pode ser um gatilho para o suicídio (embora a incidência seja maior entre os homens).
Autoestima feminina, entre altos e baixos – A imagem de perfeição bombardeada pela mídia não combina com o dia a dia da maioria das mulheres. “A disponibilidade de tempo, de dinheiro e do próprio desejo são antagônicas à demanda social frente à imagem física, o que em algumas mulheres gera culpa e sensações de inferioridade e baixa autoestima”, observa a psicóloga Marina Vasconcellos. Ela reforça que, além do histórico pessoal de cada mulher, os padrões de beleza vigentes influenciam diretamente neste sentido. “A magreza, o corpo sarado, a pele e os cabelos perfeitos, enfim a imagem da perfeição”, enumera. Marina explica que a autoestima é algo construído ainda na infância, a partir da relação com os pais. “Crianças que são muito criticadas, ou não recebem muita atenção dos pais, podem passar a vida em busca desse reconhecimento, mesmo em outras pessoas”, observa. Quem não consegue resolver a questão ao longo da vida, muitas vezes acaba sofrendo ou se colocando em situações as quais não precisaria se submeter, seja na vida profissional, no amor ou nas relações cotidianas.
Um comportamento típico da mulher com baixa autoestima é comparar-se com as demais mulheres, se colocando sempre em uma posição inferior; sentir ciúmes excessivos e dificuldade para lidar com críticas negativas são alguns dos traços comuns a uma pessoa com baixa autoestima. Outra tendência é a posição de vítima: quem não está bem consigo mesma sempre acha que o mundo está contra ela; carente de atenção e se sente rejeitada pela maior parte das pessoas. De acordo com a psicóloga Marina, quem não consegue valorizar-se pode enfrentar muitos problemas no âmbito pessoal e profissional. No trabalho, os problemas começam quando a própria pessoa não consegue confiar em si própria e acaba criando obstáculos para os desafios impostos. “A pessoa sempre acha que não vai dar conta, então tem medo de arriscar, de se lançar em coisas novas. Além disso, leva a maioria das críticas para o lado pessoal”, observa. Abandone a “coitadinha” que há dentro de você: se você acha que o mundo está contra você, e vive cercada de amigos que reforçam isso, a tendência é só piorar. A dica da psicóloga Marina é que se afastar de pessoas que tendem a proteger demais. “Seja autora da própria vida”, provoca.
(Fonte Portal Psicologia e M de Mulher)
Projeto Mulheres Maravilhosas
Diante desse cenário, a jornalista Cida Koch decidiu criar um projeto através do in Foco, que leva justamente o nome do título acima: MULHERES MARAVILHOSAS. O projeto, inteiramente gratuito, tem como objetivo reunir mulheres de todas faixas etárias para trocas de experiências, promoção de palestras e rodadas de conversas com profissionais da área de saúde física e mental. A finalidade é oferecer instrumentos para que as mulheres saibam superar seus problemas e obviamente descubram o quanto são maravilhosas. O lançamento do projeto ocorreu em setembro de 2019 e através de atividades como palestras, ações sociais e até encontros informais vem crescendo, mas sempre com o mesmo propósito: resgatar a autoestima feminina e promover a amizade entre as participantes. O movimento, que também tem uma fanpage com o mesmo nome, pretende envolver as mulheres em inúmeras atividades relacionadas ao autoconhecimento.