Você já parou pra pensar nas relações afetivas que estabelece em sua vida? E aqui não estou me referindo tão somente ao relacionamento matrimonial. Mas, sobretudo, faço referência às trocas de comportamentos, expressões, diálogos entre as pessoas: filhos, pais, amigos e também marido, esposa, namorado(a). O fato é que as relações que estabelecemos na vida, a forma como nos relacionamos, os laços afetivos existentes dizem muito sobre nós.

Que mãe nunca tentou controlar os passos do seu filho ou filha? Será que você, marido ou mulher, nunca proibiu algo relativo ao seu cônjuge? Vamos a alguns exemplos do cotidiano:“Não vá com essa roupa ao culto. Se for, termino com você!” “Nem pense em pescar ou jogar bola nesse fim de semana, senão nem precisa voltar pra casa.” “Tire esse batom!” “Mulher minha não usa esmalte vermelho” “Essas amizades não servem pra você!” “Ele não me mandou mensagem agora depois do almoço então não quer saber de mim. Se estivesse querendo me mandava várias mensagens durante o dia dizendo onde está, falando sobre saudade, sobre me querer por perto.” “Meu namorado diz que sou muito comunicativa, simpática e que meu comportamento o desagrada. Então agora fico mais quieta, não quero brigar com ele.” “Quando saio de um relacionamento já entro em outro. O importante é não ficar sozinho”.

Todos estes exemplos acima descritos são casos da vida real, nada fictícios!!!  Quanto somos ou nos permitimos ser dependentes das pessoas com as quais nos relacionamos emocionalmente?!!!!! Numa tentativa de ter por perto o ser amado e a certeza de que também nos ama, aprisionamos a pessoa ao nosso jeito e nos encarceramos numa falsa sensação de termos o controle e a certeza de tudo!

Muitas vezes recorremos a álibis comportamentais para defender um comportamento que no fundo sabemos que não está tão normal. E, justificamos dizendo que queremos o bem, que nos preocupamos, etc. Tudo pretexto para preencher o vazio emocional que há em nós!

A preocupação excessiva, a falta de comunicação e assertividade, a baixa autoestima, o ferir-se emocionalmente para não magoar o outro, são exemplos de comportamentos típicos de uma pessoa codependente e esse é o nome para essa prisão emocional. É indiscutível que são indivíduos sensíveis aos problemas e causas sociais. No entanto, esquecessem-se de si mesmos colocando como meta principal a resolução de problemas pertencentes ao outro. A conduta de vida se respalda em atender primeiro as necessidades do outro e depois cuidar de suas próprias. Poderíamos até entender que seria um ato de amor e servidão dessas pessoas. Mas como cuidar do outro se o olhar para si mesmo não existe? Como entender o que o ser que está ao meu lado sente, se nem eu consigo me considerar, me aceitar. Só se entende o outro se primeiro tiver total conhecimento de si. Essa é a verdade que deve ser considerada.

A codependência vai muito além de viver a vida da pessoa com quem o indivíduo possui certo vínculo. Ela é tida como uma condição emocional, psicológica e comportamental que sustenta a sua existência. Por isso, se conhecer e entender como age nas relações que estabelece é fundamental para não desenvolver cárceres afetivos.

 

Gostaria de propor uma reflexão e atividade:

Você conhece alguém que tenha afetado sua vida significativamente, alguém com quem se preocupa e desejaria poder mudar?  Sinta-se à vontade para me escrever ou, se preferir, com o coração aberto e livre de pré julgamentos, faça esse exercício escrevendo no papel o nome dessa pessoa e verdadeiramente o que sente em relação a ela. Leia em voz alta o que escreveu, para si mesmo. O que está escrito é condizente com o que pratica em relação à pessoa considerada?

Como edição especial de aniversário do in Foco, gostaria de propor um canal direto entre nós (eu e você que está lendo). Escreva pra mim quais temas deseja ler no jornal. O que tem vontade de saber, enfim, quer conhecer mais sobre qual assunto? Meus contatos seguem aí abaixo! Um abraço!