Normalmente o 8 de março é sinônimo de homenagens, mimos e reflexões voltadas ao empoderamento feminino. É preciso de fato, além de lembrar a data de forma comercial, analisar o contexto em que as mulheres vivem hoje.
Mais da metade dos lares brasileiros são atualmente sustentados por mulheres, embora a renda delas seja 30% menor. A participação da mulher no mercado de trabalho tem aumentado, mas em contrapartida ela foi a mais atingida na pandemia – inclusive com o aumento da violência.
Justamente nesta data, o in Foco traz a história de Osana Souza, uma gari de 51 anos, cujo sonho ainda é ser enfermeira. Quem a vê a noite, trabalhando duro, embaixo de chuva, não imagina o quanto ela personifica o adjetivo “guerreira”.
Osana começou a trabalhar aos 11 anos para ajudar a cuidar dos 12 irmãos e não parou mais. Chegou a passar fome e foi obrigada a pegar comida do lixo – o mesmo lixo que hoje ela tira das ruas.
“Não tive oportunidade de estudar. Não tive nenhuma outra oportunidade na vida. Meu sonho desde menina é trabalhar na enfermagem, e ganhar uma bolsa de estudos para isso”, conta ela, com lágrimas nos olhos, emocionada.
Mas afinal, como uma gari, sem estudo chegaria a faculdade? Com resiliência e superação! Osana formou-se no ensino médio em plena pandemia em 2020 – graças a um professor que ela conheceu. “ Ele que me empurrou”, brinca. “Ele falava: você quer ser enfermeira? Então tem quer estudar”. E foi desta forma, com muita dedicação e determinação que ela conseguiu concluir o ensino médio no CEEJA – Centro Estadual de Educação de Jovens Adultos.
Agora, limpando as ruas, ela continua a sonhar com o dia em que poderá vestir um uniforme branco e cuidar das pessoas.
Osana representa a garra e a força da mulher e merece todas as homenagens do mundo! E quem sabe, a bolsa!