Um escritor que mora em Cerqueira César, no interior de São Paulo, passou 15 dias no estado do Amazonas para desenvolver um projeto literário em comunidades indígenas. A ação foi realizada com apoio da Lei Aldir Blanc.
Natural de Itapetininga, Ismael Tavernaro Filho contou ao g1 que, durante a viagem, aprendeu sobre as lendas e costumes para escrever uma obra sobre a importância da cultura indígena no Brasil. Segundo ele, os exemplares serão doados às comunidades.
“Superou minhas expectativas porque visitei três comunidades, mas existem várias etnias. Então cada uma tinha um pouquinho da sua cultura para passar e eu aprendi muita coisa, desde plantas medicinais. Escutei lendas, contos, experimentei a culinária deles. Foi muito enriquecedor”, conta o escritor.
De acordo com Ismael, que tem 11 livros publicados no Brasil e um em Portugal, uma das maneiras mais eficazes de trazer uma pessoa para o universo dos livros é fazendo com que ela seja a autora da sua própria obra.
Pensando nisso, o escritor elaborou o projeto “Dando Asas à Imaginação”, por meio do qual ministra oficinas de produção criativa em instituições socioeducativas.
“Inicialmente, a ideia foi desenvolvida para ser ministrada em instituições de perfil socioeducativo, como unidades da Fundação Casa e casas de abrigo, porém, por que não levar a mesma proposta de fomentar, cultivar e rentabilizar a cultura através da escrita para uma tribo indígena? Então, comecei a buscar maneiras de viabilizar esse projeto e sonho”, relata.
Ismael contou que, em fevereiro de 2021, conheceu o escritor amazonense Moisés Maciel da Costa, que ajudou a intermediar a realização do projeto nas comunidades indígenas. A Fundação Nacional do Índio (Funai) também aprovou a ideia do escritor.
“As oficinas foram ministradas entre os dias 14 e 26 de novembro em comunidades Indígenas do Rio Negro, em Amazonas. As etnias que participaram foram Baré, Tukano, Dessano, Tuyuka e Muras”, explica.
Além das oficinas, Ismael coletou informações para escrever o livro sobre a importância da cultura indígena no Brasil. A obra ainda está sendo produzida e tem previsão para ser lançada em março de 2022.
Depois que os exemplares estiverem prontos, o escritor contou que eles serão doados às comunidades. “Isso também pode viabilizar um retorno econômico para eles, que vão poder vender os livros em feiras ou mantê-los em um acervo”, completa.
(Fonte fotos G1)