Você já pensou se o seu corpo falasse?! O que ele diria sobre você? É fato que muitas teorias acerca do assunto permeiam o planeta. Aqui, destacarei a visão de Wilhelm Reich e Stanley Keleman. Dois teóricos que contribuíram para um olhar mais amplo da psique e componentes emocionais e a relação com o corpo ou estrutura fisiológica. Reich, psiquiatra e psicanalista ucraniano, que deu origem à terapia corporal, dedicou seus estudos e pesquisas aos aspectos orgânicos e energéticos do corpo humano. Para o psicanalista, o corpo, as emoções e os pensamentos são vistos como partes de um todo que, quando em equilíbrio, culminam na saúde e bem-estar do indivíduo. Todavia, sabe-se que o contrário também é verdadeiro. Vale lembrar que Reich estudou o formato corporal e sua relação com a estrutura de formação do caráter do indivíduo. Nominou cinco diferentes traços de caráter: Esquizóide, Rígido, Oral, Psicopata, Masoquista, sendo que cada um destes, com suas características peculiares, formam pessoas com determinados padrões comportamentais.
Stanley Keleman, outro teórico, escreveu um livro com o mesmo título desse artigo. Biólogo, norte-americano e criador da Psicologia Formativa, Keleman propôs fim ao dualismo corpo-mente, isto é, afirmou que ambos fazem parte de um mesmo conjunto e se comunicam diretamente. Segundo Keleman, para entender tal teoria bastava estar atento aos sintomas físicos e emocionais e prestar atenção aos movimentos corporais. Diante da visão desses teóricos, é possível entender que há sim comunicação entre mente e corpo e vice e versa. Mas será que nos damos conta disso, valorizamos essas teorias ou, simplesmente fugimos à ciência?
Atualmente, não vemos uma dedicação à reflexão e interiorização do ser humano. A sociedade moderna cobra a produção desenfreada, o consumismo e, sendo assim, nos cobramos a ser os melhores mesmo que tenhamos que pagar um preço alto para isso, como a doença, por exemplo. Muitas mulheres, por exemplo (e aqui não quero levantar a bandeira do feminismo, mas que nos atentemos aos fatos), se cobram exacerbadamente, querem ser a “Super Mulher”: melhor dona de casa, melhor esposa, melhor em seu trabalho, melhor mãe. E qual a conseqüência disso? O corpo não vai dar conta e vai adoecer, exatamente porque essa pessoa não é e nem deve ser uma super heroína. Ela e nem ninguém precisa ser perfeito. Precisamos sempre nos superar enquanto seres humanos, nos auto-conhecendo, conhecendo nossos limites. Não temos que ser robôs ou máquinas. O que vemos em estudos de caso na psicologia clínica diz respeito à exigência familiar transgeracional ou preexistente. Muitas vezes, essa mulher quando criança viu sua mãe sendo assim, abraçando o mundo e se esquecendo de si própria. E então, qual o modelo que essa mulher tem? Seguimos padrões. Os velhos hábitos devem ser revistos e repensados. Somos estimulados a seguir freneticamente o curso da vida sem olhar pra trás e, nesse ritmo, não sobra tempo para as dores da alma. Mas e você, homem ou mulher que está lendo esse artigo agora, o que tem feito a respeito?
Você já parou pra pensar na origem da sua dor de cabeça semanal ou mensal (que seja). O fato é, por quê ela sempre vem? Ou, já pensou naquela dor de garganta que teve sem qualquer sintoma anterior gripal? Parecia simples, mas te deixou rouco(a) de uma hora para outra! E a dor nas costas que parecia um mau jeito e te impossibilitou de andar? Tudo isso são muito mais que sintomas físicos!!!! O nosso jeito de ver a vida, senti-la, a nossa personalidade e postura corporal colaboram para a criação dos sintomas.
Pra ficar mais claro o que escrevi acima, tenho outro exemplo bastante comum: a diarreia ou virose. Você já conheceu algum caso em que na mesma família somente uma pessoa apresenta tal quadro?! Eu já e vários!!!! Ora… por quê? Se todos convivem em um mesmo ambiente e relativamente se alimentam da mesma forma? Por quê somente um contraiu a virose? Certamente há muitas explicações racionais. Mas algum médico geralmente questiona o lado emocional, nessas circunstâncias? Se sim, dá pra contar nos dedos quantos destes profissionais e certamente não preencheriam cinco dedos de uma mão. O fato é que para a maioria das doenças físicas há o lado emocional sim, mas que infelizmente é desconsiderado por muitos alopatas e outros profissionais da área da saúde.
Com essas informações quero aqui chamar atenção para os nossos sinais e posturas corporais. Afinal, ninguém desenvolve uma hérnia, um torcicolo, uma úlcera porque quer. Há explicações causais bem mais complexas que a genética. A questão é: estamos dispostos a olhar além do horizonte? Estamos abertos ao novo e a complexidade em nos entendermos e refletirmos sobre como podemos melhorar a nós mesmos através de nossa postura corporal? Quanto olhamos para nós? Quanto tempo dedicamos a nós? Para finalizar, gostaria de deixar essa reflexão a você leitor: o que encontra ao analisar o raio x da sua alma? Um abraço!