Uma fascinante viagem pela imaginação de um garoto e pela história americana (2022 @netflixbrasil)
O final dos anos 60 e início dos anos 70 foram tempos efervescentes na história dos EUA, guerra do Vietnan, assassinato do Presidente Kennedy, movimento feminista, invenção da pílula anticoncepcional, corrida espacial e seu ápice, a chegada do homem à Lua, etc, etc, etc. Os acontecimentos foram tantos e tão relevantes que fica difícil elencar todos.
Escrito e dirigido por Richard Linklater ( dos sucessos “Escola do Rock”, “Boyhood” e a trilogia “Antes do Amanhecer”), “Apollo 10 e meio” é um filme semi-autobiográfico baseado em sua infância durante a chegada da nave Apollo 11 na Lua. A história é narrada pela versão adulta do garoto de 10 anos e meio Stan ( lindamente dublado pelo ator Jack Black), que através de sua imaginação fértil, sonha que foi selecionado pela NASA para uma missão ultra secreta que irá à Lua antes da Apollo 11.
Em meio ao rico cenário da época, a trama segue a vida do garoto que vive com sua família conservadora num bairro novo de subúrbio americano. Era tudo muito simples, as crianças brincavam na rua com os vizinhos e no final do dia íam pra casa jantar e ver tv – todos eram felizes e sabiam. O filme é uma retrato da vida do americano médio no final dos anos 60, com detalhes da política, da Guerra Fria EUA x URSS e da corrida espacial que era o auge dos noticiários e da vida quotidiana dos americanos. A cultura pop borbulhava, vivia-se o boom das séries e dos programas de tv ( aparelhos de tv eram um luxo ao redor do qual toda família se reunia depois do jantar), brincadeiras e jogos como fliperama eram o que mais havia de moderno e revista MAD com a sua ousadia era sucesso de vendas.
A produção da Netflix traz muita nostalgia e o caderno de memórias de Linklater, resultando nessa mistura saborosa que é o adorável “Apollo 10 e Meio”. Imperdível.