O amor é lindo e dá lucro! Dia 12 de junho que o diga! Rs Mas você nunca estranhou comemorar o dia dos Namorados em junho, quando em boa parte do mundo é em fevereiro? Bom, se você não sabia, na verdade a data é celebrada no dia 14 de fevereiro, conhecido no mundo todo como “o dia mais romântico do mundo”. Chamado “Valentine’s Day” (ou Dia de São Valentim), a data celebra o que é conhecido no Brasil como Dia dos Namorados. Peraí que a gente já explica quem é o Valentim!
Aqui no Brasil, a data foi criada em 1948 e pouco a ver com o significado religioso – foi exclusivamente comercial. A ideia de estabelecer uma comemoração de “Dia dos Namorados” veio do publicitário João Doria, pai do atual governador de São Paulo. É, isso mesmo! Então, agradeça a ele pela data rsrs. Doria Pai era dono da agência Standart Propaganda, e foi contratado pela loja Exposição Clipper com o objetivo de melhorar o resultado das vendas em junho, que sempre eram muito fracas.
Inspirado pelo sucesso do Dia das Mães, Doria criou o Dia dos Namorados. Junho foi escolhido porque era justamente o mês de desaquecimento das vendas. A escolha do dia 12 teve a ver com o fato de ser véspera da celebração de Santo Antônio, que já era famoso no Brasil por ser o santo casamenteiro.
Daí, foi sucesso absoluto. As vendas ultrapassam a casa dos 10 bilhões de reais nos últimos anos (tirando 2020…). Ano passado os números mostraram que as vendas no varejo durante a semana do Dia dos Namorados registraram queda de 27,8% com relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, considerando todo cenário atual, certamente a data ajuda a impulsionar a economia.
Por fim, não é demérito algum comemorar a data com os amigos caso você esteja solteiro(a). E claro, tem muitas opções em redes sociais específicas.
E o Valentim?
Antes de tudo, é preciso dizer que uma lenda é uma lenda. Ou seja: não adianta exigir documentos que comprovem a veracidade do que se dirá a seguir porque eles simplesmente nunca existiram.
Conta-se que Valentim foi um sacerdote que ousou descumprir uma determinação do imperador romano Cláudio II, que reinou durante os anos de 268 e 270. Lembremos que nessa época os cristãos ainda eram alvo de perseguições em Roma, coisa que só iria mudar no século seguinte.
Certo dia, o imperador decidiu banir os casamentos em Roma. Ele acreditava que com isso poderia favorecer seus exércitos, aumentando o desempenho dos soldados romanos. Portanto, nada de celebrar casamentos! Mas quem disse que o padre Valentim deu ouvidos ao imperador?
Clandestinamente, continuou atendendo aos pedidos dos pombinhos que o procuravam. Afinal, acreditava que o sacerdócio estava acima dessas questões de Estado. Acabou pagando bem caro. Valentim foi preso e condenado à morte.
Diz a lenda que, durante seus dias de prisão, Valentim recebeu a visita da filha do carcereiro, que era cega. Ela estava curiosa para conhecer o padre que arriscou a própria pele em nome do matrimônio. Quando a moça se aproximou da cela onde estava Valentim, ambos oraram juntos, e foi então que aconteceu um milagre: ela voltou a enxergar!
Depois disso os dois se apaixonaram perdidamente, e a menina passou a visitar o namorado com certa frequência. Conhece alguma história de amor mais linda do que essa?
Dizem que nesse período Valentim recebeu muitas cartas e presentes de pessoas que o admiravam. Tudo anonimamente, é claro, já que ninguém queria ter o mesmo destino do padre casamenteiro. Foi daí que surgiu a tradição, seguida até hoje, de enviar cartinhas de amor para a pessoa amada no Dia de São Valentim.
Mas não pense que essa história acabou bem. Algumas versões da lenda dizem que o imperador Valentim foi decapitado no dia 14 de fevereiro do ano de 271 d.C, quando o imperador já era Aureliano. Deixou para trás uma namorada e uma legião de admiradores secretos. Sua história, lendária ou não, passou a ser contada de geração a geração.
Valentim foi declarado santo. Seu nome consta no Martirológio Romano, uma relação de todos os santos e beatos reconhecidos pela Igreja Católica.
Mas o santo também se transformou em patrono dos namorados – título pelo qual é lembrado até hoje. O dia da sua suposta execução, 14 de fevereiro, passou a ser celebrado como o Dia dos Namorados.
O Dia de São Valentim é uma tradição bastante antiga. A primeira celebração oficial ocorreu alguns séculos após o martírio do santo, mais especificamente no ano 496. O responsável foi o papa Gelásio I, que decidiu instituir o Dia de São Valentim em substituição à festa pagã da Lupercália.
Claro que o papa não imaginava, e nem desejava, que a celebração do santo se tornasse o que se tornou hoje, uma data voltada à celebração da paixão. Isso nos leva a pensar que, na realidade, o Dia de São Valentim, tal como é celebrado hoje, tem muito mais a ver com a Lupercália do que poderíamos supor. Toma, Papa!!! hahah
Ah! As Lupercálias eram festivais pagãos celebrados anualmente em Roma desde pelo menos o século VI a.C. O homenageado era Lupercus, antiga divindade pastoril itálica cujos atributos principais eram a proteção dos rebanhos e a fertilidade. Após a conquista da Grécia pelos romanos, Lupercus foi associado ao deus Pã árcade.
Celebrados no dia 15 de fevereiro, esses festivais honravam Lupercus para que o deus afastasse a esterilidade feminina. As festanças eram bem excêntricas se levarmos em conta os costumes de hoje.
Esses festivais também previam a formação de casais. Ao que tudo indica, a coisa era meio aleatória mesmo. Cada homem “sorteava” uma mulher, retirando seu nome de dentro de uma jarra. E era assim que se formavam os casais, que nem sempre permaneciam unidos depois do festival.
Qual a relação entre o Dia de São Valentim e a Lupercália?
Claro que, com a ascensão do cristianismo, esses rituais foram se tornando cada vez mais castos, até serem definitivamente abolidos pelo Papa Gelásio I no ano 494 d.C. Em seu lugar, como já dissemos, foi instituído, em 14 de fevereiro, o Dia de São Valentim.
Mas a cristianização não foi suficiente para eliminar todos os elementos da festa pagã. Alguns aspectos da Lupercália se mantiveram, mesmo depois da sua proibição. A paixão, por exemplo, simbolizada pela cor vermelha – a mesma cor do sangue dos sacrifícios. Se o Dia dos Namorados tem uma cor, esta é, sem dúvida alguma, a vermelha.
Outro aspecto da Lupercália que se manteve foi a formação de novos casais. Afinal, o Dia dos Namorados é um bom momento para o solteiro se declarar à pessoa amada, formando possivelmente uma nova parceria.
Assim, se levarmos em conta o lado profano do Dia de São Valentim, podemos encará-lo como uma espécie de ramificação das antigas Lupercálias, apesar dos elementos cristãos que lhe foram adicionados.
(Fontes Galileu e Superinteressante)