Um estudo recente feito no Reino Unido revelou muitas curiosidades sobre os olhos. Chamados pelos poetas como ‘janelas da alma’, eles também podem revelar muito mais sobre a sua saúde.
O estudo analisou mais de 130 mil imagens de retina de amostras dadas por pessoas que participam do Biobanco do Reino Unido, uma iniciativa governamental de longo prazo com mais de 500 mil participantes do entre 40 e 69 anos de idade. Usando um modelo de aprendizagem profundo, que é uma forma de aprendizado de máquina, os pesquisadores estimaram um “intervalo de idade da retina” entre a saúde biológica real do olho e a idade da pessoa desde o nascimento.
“Usando um algoritmo de aprendizagem profundo, o computador foi capaz de determinar a idade do paciente a partir de uma foto colorida da retina com uma precisão muito boa. Esses níveis de mudanças não são coisas que nós, como clínicos, podemos dizer — podemos dizer se alguém é uma criança versus um adulto mais velho, mas não se alguém tem 70 anos versus 80”, diz Sunir Garg, porta-voz clínico da Academia Americana de Oftalmologia e professor de oftalmologia no Hospital Wills Eye na Filadélfia, que não foi envolvido no estudo.
Trocando em miúdos, uma análise aprofundada mostra que os olhos revelam nossa verdadeira idade biológica. Além disso, doenças ou tendências genéticas também foram detectadas pelo estudo.
Havia dois grupos portadores de doença para os quais o modelo falhou em prever significativamente o aumento no risco de morte: doenças cardiovasculares e câncer. Isso pode ser devido a um número menor de casos do tipo na população estudada, explicaram os pesquisadores, ou a melhorias nos tratamentos de câncer e doenças cardíacas.
“Nossas novas descobertas determinaram que o intervalo da idade da retina é um preditor independente de aumento do risco de mortalidade, especialmente de doenças não relacionadas ao sistema cardiovascular e câncer”, escreveu a equipe do estudo. “Essas descobertas sugerem que a idade da retina pode ser um biomarcador clinicamente significativo do envelhecimento.”
“Conjuntos de dados maiores em populações mais diversas terão que ser realizados, mas esse estudo destaca que testes simples e não invasivos do olho podem nos ajudar a educar os pacientes sobre sua saúde geral e, esperançosamente, será útil em ajudar pacientes a entender mudanças que podem fazer para melhorar não somente a sua saúde ocular, mas sua saúde de forma geral”, escreveu Garg.
Olhos secos, por exemplo, podem ser um sinal de artrite reumatoide. Altos níveis de colesterol podem causar a formação de um anel branco, cinza ou azul ao redor da parte colorida do seu olho, chamada íris. Um anel de ouro acobreado circulando a íris é um importante sinal da doença de Wilson, uma disfunção genética rara que faz com que cobre se acumule no cérebro, fígado e outros órgãos, lentamente envenenando o corpo.
E isso não é tudo: Danos a vasos sanguíneos na parte de trás do olho, chamados de retina, podem ser sinais precoces de danos em nervos causados pelo diabetes, pressão alta, doença arterial coronariana, até mesmo câncer, assim como glaucoma e degeneração macular relacionada à idade.
“A retina oferece uma ‘janela’ única e acessível para avaliar processos patológicos com raízes em doenças vasculares e neurológicas sistêmicas, que estejam associadas a riscos elevados de mortalidade”, escreveu o autor do estudo Mingguang He, professor de epidemiologia oftalmológica da Universidade de Melbourne e do Centro de Pesquisa Ocular, ambos localizados na Austrália. O estudo foi publicado na revista British Journal of Ophthalmology.
O olhar que fala
Com o uso das máscaras, acabamos falando muito mais com o olhar, mesmo que de forma inconsciente. Ler as emoções nos olhos de outra pessoa é uma coisa que todo mundo consegue fazer. Afinal de contas, o olhar é a parte do corpo do ser humano que mais comunica, que mais transmite e com a qual nos conectamos de maneira mais intensa. Entender todas essas pistas não verbais inscritas nos olhos das pessoas nos permite intuir, por exemplo, a falsidade, a sinceridade ou a magia da atração. Uma coisa que os especialistas em comunicação sabem bem é que, embora muitos dos nossos comportamentos, atos e palavras possam ser filtrados pelos condicionamentos sociais e pela nossa vontade, o olhar expressa um tipo de linguagem que nem sempre conseguimos controlar.
Se nos sentimos atraídos por alguém, nossa pupila se dilata. Isso também acontece quando nos surpreendemos. Além disso, nosso olhar se fixa num ponto quando tentamos nos lembrar de alguma coisa ou diminui quando ficamos suspensos num estado de introspecção. São tantas e tão sutis as nuances que caracterizam o comportamento dos nossos olhos que sempre é interessante saber mais informações sobre o tema. Dessa maneira, podemos nos aprofundar na mente dos outros ou ler suas emoções de maneira efetiva.
O piscar de olhos
Quando falamos da linguagem dos olhos, nós não nos referimos apenas ao globo ocular e à pupila. O grande poder expressivo do nosso olhar se constrói principalmente em uma extremamente complexa rede de nervos e músculos que intervêm no movimento das sobrancelhas, no piscar dos olhos, no movimento das têmporas, etc. Tudo isso reflete a ativação emocional de cada momento, no qual o piscar dos olhos também exerce sua função. Por exemplo, sabe-se que quando alguma coisa nos surpreende, nos deixa indignados ou, até mesmo, com raiva, tendemos a piscar muito mais. Ao mesmo tempo, também é comum piscar bastante quando interagimos com alguém de quem gostamos ou quando estamos pensando em muitas coisas ao mesmo tempo. O piscar de maneira mais intensa do que o normal, é um mecanismo que coloca o cérebro em funcionamento quando nos sentimos mais nervosos do que o normal. Portanto, se desejamos ler as emoções dos outros através dos olhos, é importante focarmos o contexto ou a conversa que mantemos nesse momento.
A linguagem das pupilas
Nossas pupilas se dilatam quando vemos alguma coisa estimulante ou estamos em um ambiente com pouca luz. Se nos sentimos atraídos por alguma coisa ou alguém, a pupila se enche como uma lua cheia, imensa e iluminada por essa emoção, por esse poder de atração. No entanto, quando nos sentimos ofendidos ou vemos alguma coisa que nos deixa indignados ou contrariados, a pupila se contrai.
Sincronia visual
Ler as emoções das pessoas de quem gostamos é uma coisa que todo mundo gostaria de poder dominar. No entanto, às vezes não é preciso ser um especialista em linguagem não verbal para perceber a sintonia que em dado momento podemos estabelecer com um amigo, com a pessoa por quem nos sentimos atraídos ou, até mesmo, com um familiar. Um dado curioso sobre esse tema que os especialistas nos explicam é que quando duas pessoas “se conectam”, também se estabelece uma sincronia visual, ou seja, os gestos visuais se mimetizam e começam a aparecer as mesmas microexpressões.
Olhares para os lados: tímidos e mentirosos
Todo mundo já passou por essa situação alguma vez na vida. Talvez quando conversamos com alguma criança ou alguém muito inseguro. Em vez de manter um contato visual direto, os olhares se dirigem para os lados, nos cantos onde não se encontram com o nosso rosto, naqueles espaços onde nos encontram de esguelha, onde refugiam a timidez… No entanto, é importante salientar que a personalidade mentirosa também tem olhos esquivos. Não é algo tão evidente como quando estamos lidando com um perfil tímido ou com ansiedade social. Por isso, devemos voltar nossa atenção máxima na hora de ler as emoções e as intenções das outras pessoas.Quem faz uso da enganação não costuma sustentar o olhar por muito tempo. Cedo ou tarde, a pessoa dirige o olhar para os lados. Para a direita, se precisa se lembrar de alguma coisa, e para a esquerda, se precisa fazer uso da criatividade.
Homem e mulher se olhando nos olhos
Para concluir, assim como pudemos deduzir, os olhares transmitem uma importante e extremamente ampla variedade de informação social e emocional que às vezes nos escapa e que nem sempre é fácil de interpretar.
(Fontes CNN, Mente Maravilhosa e Scielo)