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Nem das estrelas, nem do Cabral. Muita gente terceiriza a culpa e nunca assume a sua parte. Descubra por quê

Você já reparou que ninguém é culpado de nada do que lhe acontece? Tudo bem que a palavra ‘culpa’ é pesada e poderia ser substituída por “responsabilidade”, mas não é o foco desta matéria. Repare nas redes sociais por exemplo. Se chove, se faz calor, se tem vacina, se não tem, se tem buraco na rua ou não, médico no posto, medicamento na farmácia, atendimento na loja, preços altos, enfim, qualquer problema é sempre culpa de um terceiro, seja ele o governo, o Estado, a máquina pública, as pessoas que não fazem nada, as que fazem, o brasileiro, São Pedro, o vizinho, a omissão (dos outros), enfim, tudo e todos são culpados, menos as pessoas que reclamam. Raras são aquelas que se responsabilizam. Por exemplo, se não está satisfeito com os políticos, reclame a eles, mande mensagens, fiscalize, denuncie, mas principalmente (principalmente) não se omita, abstendo-se de votar sob argumento de que “não adianta nada”. Nunca adiantará. Mas vamos sair da ‘superfície” do tema.

“A culpa não é minha. Eu não tenho nada a ver com isso. Queria muito, mas não tenho tempo”. Frases como essas fazem parte do vocabulário de pessoas que adoram dar desculpas. O que acaba gerando conflitos. Essas justificativas esfarrapadas também produzem vitimização, procrastinação e acomodação. Muitos apontam o dedo para a família, os amigos, os colegas de trabalho e o chefe em vez de assumir a culpa pelas situações que não saíram como planejadas. É a chamada terceirização da culpa. Esse perfil é bastante comum, gera problemas em todas as áreas da vida e é abordado no livro A culpa não é minha.?!, das coaches Allessandra Canuto, Adryanah Carvalho e Ana Luiza Isoldi. O leitor é convidado a entender por que divergências se instalam nas relações pessoais e profissionais e como é possível lidar com isso sem terceirizar a culpa. Segundo as autoras, assumir as consequências dos próprios atos traz muitos benefícios, inclusive aprender com os erros.Uma das principais causas para a mania de fugir da culpa é o desejo de ser perfeito. Só que isso é uma utopia. É preciso colocar os pés no chão, baixar a bola e perceber que todo ser humano está sujeito a cometer equívocos.

Segundo elas, as pessoas costumam jogar a culpa nos outros por receio da responsabilidade. Já se culpar demais também é um problema. “Acho que, às vezes, a gente tem de assumir a culpa mesmo. Só que fazer isso excessivamente, para mim, é ter a síndrome do super-herói. É aquele que quer ser o bonzão;, o que sempre salva todos. Nenhum dos extremos é saudável. Essa pessoa (que se culpa demais) precisa responder para si mesma qual ganho secundário tem ao se culpar tanto por uma coisa que não tem nada a ver com ela. Se não, vai viver uma autossabotagem contínua”, diz Alessandra, uma das autoras.

Ao assumir a responsabilidade de alguma questão, você ganha credibilidade, porque começa a ser vista como uma pessoa que se autorresponsabiliza, uma pessoa honesta. Além disso, você ganha empoderamento, porque a maioria faz o contrário, a maioria foge. E você? Tem mania de terceirizar a culpa? Faça o teste ao lado para descobrir !

O que é essa terceirização?

Terceirização da culpa, é atribuir aos outros ou mesmo a fatores alheios ao controle de quem conduz uma ação, a responsabilidade pelo resultado final ou parcial não ser o que se esperava.

Em termos práticos, é como dizer que se algo não funcionou como deveria, a culpa não é minha. É isentar-me de responsabilidade pelo que aconteceu, ou visto de outra forma, pelo que não aconteceu.

A terceirização da culpa é um comportamento que é visto tanto nas relações humanas e por parte de pessoas que tentam explicar problemas ou mau resultados, por meio da atribuição de desculpas as quais segundo suas justificativas, são alheias a sua vontade ou sem possibilidade de controle de sua parte, como também por parte de empresas.

É claro que há sim fatores externos, os quais não podem ser controlados ou mesmo em alguns casos previstos e que afetam os resultados de várias ações.Mas o que está em discussão não é a casualidade, o imponderável, a imprevisibilidade, mas quando esse tipo de atitude – atribuir culpa a terceiros – torna-se frequente a tal ponto de dominar discursos de vendedores, atendentes, pessoal de suporte, consultores e todos os que são encarregados de atendimento ao cliente e lidar com eventuais problemas ocorridos na relação de consumo de bens e/ou serviços. Mas tanto no ambiente organizacional, como em termos da “cultura” da empresa ou hábito de departamentos inteiros, como também no comportamento de cada colaborador, terceirizar a culpa tem relação com uma série de problemas internos à empresa.

Errar é humano, diz a conhecida frase. Mas reconhecer um erro e trabalhar para que ele não se repita, parece que não é. Responsabilizar-se por quaisquer erros, implica em primeiro ter maturidade para reconhecer quando um erro ocorreu por estrita causa própria e individual, como também avaliar que fatores possibilitaram que ele tenha ocorrido. Essa avaliação tem por objetivo eliminar os fatores causadores do erro, que podem ser processos incorretos, falta de procedimento, capacitação, negligência, um pouco disso tudo ou ainda outros aspectos. Assumir responsabilidade, é comprometer-se a resolver o que é preciso.

 

(Fonte Isadora Martins, Portal Psicologia e Correio Braziliense – teste)