Poucos conhecem essa estória, mas ela é verídica. Um professor com doutorado estava passando mal e foi até o hospital, onde depois de uma longa espera, foi atendido por um médico. Enquanto o paciente relatava o mal estar, o médico (que sequer tinha olhado para o professor) já rabiscava uma receita. Revoltado, o professor perguntou se o médico havia prestado atenção ao que ele dissera. Arrogante, o médico questionou: “Quem é o doutor aqui?”. Indignado com a grosseria, o professor não hesitou: “O senhor tem Doutorado? Eu tenho! Portanto, o doutor aqui sou eu! O senhor não serve para atender nem telefone!”. Claro que o professor saiu sem atendimento e o médico, com o ego arranhado. A estória é real e aconteceu aqui, recentemente e ilustra o equívoco que ainda se comete com esse pronome de tratamento.

Cinco anos atrás, o STF negou pedido de um juiz que exigia ser chamado de ‘doutor’. Após ser chamado pelo porteiro do prédio onde morava de “você”, juiz solicitou diretamente ao funcionário que se dirigisse a ele como “doutor”. O porteiro rejeitou o pedido e o magistrado ingressou na justiça para que a exigência fosse cumprida sob pena de multa diária. Essa estória também é verídica infelizmente.

Coisas de Brasil colonial, diriam alguns historiadores. Sim, porque o costume de chamar advogado e médico de “doutor“ (mesmo aqueles sem doutorado) vem do Brasil colônia, pois na época a maioria dos jovens ricos que estudavam fora cursava medicina ou direito. Além disso, em 1827, dom Pedro 1º decretou que aquele que concluísse os cursos de ciências jurídicas e sociais no Brasil deveria ser tratado como “doutor“. O decreto caiu em desuso com o tempo, e hoje vale a regra do dicionário. Já os médicos continuam sendo chamados assim por tradição – reforçada por boa parte da própria classe médica, que usa o termo em cartões de visita, placas de identificação e perfis nas redes sociais, por exemplo.

Mas não é correto chamar de “doutor”, nem médico, nem dentista, nem delegado, nem advogado que não tenham Doutorado. Estranhamente, a maioria que possui esse título não o usa.  Entre os advogados, a tradição de chamá-los de “doutores” (que também surgiu nos tempos do Império, com a lei já citada, criada por D. Pedro I) continua até mesmo entre os profissionais da área, que costumam se tratar dessa forma. Vale lembrar que, até hoje, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não se pronunciou no sentido de negar que os advogados também sejam tratados como “doutores”.

Qual é seu título?

Doutorado

Assim como o mestrado, o Doutorado capacita o acadêmico a desenvolver estudos e pesquisas mais abrangentes sobre o campo científico que escolheu em sua graduação. Os critérios para entrar e concluir o doutorado costumam ser mais exigentes do que os do mestrado.

 

Ph.D.

O termo tem origem do latim Philosophiae Doctor, ou “doutor em filosofia”. Mas essa nomenclatura é mais comum nas universidades anglossaxônicas, já que no Brasil o título é equivalente ao de doutor. Os requisitos variam em cada país, mas, de qualquer jeito, é necessário ter um excelente currículo acadêmico e um histórico de publicações em revistas científicas.

 

MBA

“Master in Business Administration”, ou “mestre em administração de negócios”, é um curso de especialização em administração de empresas. Diferentemente das outras pós-graduações, o MBA pode ser feito por estudantes graduados em qualquer área.

 

(Fontes OAB Brasil, Planalto.gov e Caroline Sassatelli)