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Por uma falha da prefeitura ou de Comunicação, a corrida do Trabalhador acabou atrapalhando a manifestação contra os feminicídios em Avaré; o manifesto marcado para às 9h00, só teve início a partir das 11h00 por causa do evento esportivo. Com a demora, muitas pessoas foram embora.

Os organizadores da manifestação, familiares e amigos da jovem Yandra Nitsche Preste, vítima de violência doméstica e encontrada morta em fevereiro, lamentaram o ocorrido e afirmam que farão um novo movimento em breve.

Para alguns presentes, a falha foi tida como um descaso, já que o manifesto foi anunciado desde março na Concha Acústica e a corrida foi anunciada em 24 de abril no site da prefeitura, numa total desorganização.

O movimento contra o feminicídio, apesar da falta de comunicação e organização por parte do poder público, foi realizado mesmo com atraso a abordou a conscientização contra abusos e violência doméstica. Grupos de dança e capoeira fizeram apresentações e alguns pré candidatos foram ao movimento.

Os organizadores agradeceram ainda aos alunos dos cursos de Direito e Psicologia da Faculdade Eduvale que mesmo com a espera de duas horas, deram suporte e informações às mulheres presentes no evento.

Grande parte dos manifestantes usava camisetas e bexigas brancas. O movimento teve apoio da Eduvale e União Negra Avareense (UNA). O manifesto foi chamado de “Até quando?” numa alusão a recente capa do in Foco, que abordou o mesmo tema.

Relembre o caso

A jovem Yandra foi encontrada morta em sua casa no parque Jurumirim pela própria mãe, dia 19 de fevereiro. Inicialmente havia a hipótese de suicídio, mas depois de algumas inconsistências o caso também deve ser investigado como suposto feminicídio.

A vítima vinha sofrendo em um relacionamento abusivo com  L.D.B. e dois dias antes da morte, na madrugada do dia 17, registrou boletim de ocorrência por agressão, mas infelizmente o exame de corpo de delito só foi marcado para a segunda-feira, quando ela lamentavelmente foi encontrada morta.

No dia Internacional da Mulher, dia 8, uma prima da vítima, fez uma postagem com fotos da agressão que Yandra havia sofrido dois dias antes da morte.

O que causou polêmica é que apesar das marcas de agressão, elas não constaram no laudo necroscópico (autorizado pela família). A família contestou o laudo, considerando que as lesões são desapareceram antes da morte.

O in Foco chegou a falar com o médico legista Poio Novaes, mas ele insistiu que o documento estava correto e afirmou que não havia lesões.

Contudo, no dia seguinte à manifestação, um laudo complementar foi divulgado pela Delegacia de Defesa de Mulher.

Fotos mostram as marcas da agressão registrada em boletim de ocorrência dia 17, inclusive com dedo quebrado. As fotos foram feitas pela própria mãe a pedido de Yandra no dia 18.

A polícia ainda não concluiu o inquérito. Até o momento não há mais novidades do caso.