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O título deste artigo parece paradoxal, mas não é e é preciso falar sobre ele, o nosso silêncio, uma das maiores ferramentas de autoconstrução e autoconhecimento. Você já se perguntou por que não se ouve ao mesmo tempo em que ouve todo mundo?

À primeira vista, isso – ouvir-se – pode soar desconfortável e estranho, mas é certo que todas temos nossa conversa íntima. Conversamos o tempo todo com nós mesmas, replicando ecos talvez de padrões, conceitos e condutas. Internamente, nossa mente borbulha em pensamentos e por vezes o ‘barulho’ é ensurdecedor,  tamanha a avalanche de diálogos íntimos.

O problema é que normalmente estas vozes não são totalmente nossas; muitas vezes reproduzimos vozes que refletem opiniões e definições que são da sociedade ou de outras pessoas e apesar deste turbilhão mental, raramente nos ouvimos, de fato e genuinamente.

É fato que muitas das respostas que buscamos estão em nosso próprio silêncio; por isso decidi trazer o tema nesta edição. Ouvir-se não tem nada a ver com introspecção, frise-se. Sou uma pessoa bastante comunicativa, mas também me recolho para conversar comigo – o que é fundamental para meu processo de autoconhecimento.

Precisamos não apenas cultivar o silêncio, mas nos ouvir, dar espaço a nossa verdadeira voz, aquela que nos conhece, sabe intimamente das nossas fraquezas e forças. Só ela realmente dará espaço a ser você mesma e por consequência, descobrir quem você é.

Além disso, é no silêncio que temos respostas para nossas dúvidas, nossos medos, nossos projetos. Infelizmente, o silêncio normalmente é subentendido como um problema interno, quando é a solução.

Além disso, quando estamos em silêncio ficamos presentes no aqui e agora e aumentamos a nossa conexão interna com nosso propósito de vida – algo revelado para aqueles que se ouvem.

Também nas interações sociais, precisamos ser pontuais naquilo que vamos falar e, para isso, é fundamental treinarmos o silêncio, mesmo que dure somente alguns minutos, porque possibilita que falemos o que fará diferença. Como consultoras, precisamos ouvir mais do que falar, de forma que a comunicação seja assertiva quando praticada. Mas, muitas vezes, as próprias alunas darão respostas a elas mesmas após silenciarem.

Aprender a escutar também abre uma porta que dá acesso ao interior da outra pessoa. Por isso, ouvir é uma arte que nos dá a oportunidade de conhecer outras realidades e de explorar outras emoções. Quando não aprendemos a nos silenciar, não conseguimos desenvolver a escuta. É no silêncio que nasce o ouvir.

Assim, ouça-se, pergunte-se, questione-se e espere as respostas. Isso é crucial para o processo de autoconhecimento, base da metodologia Duas Marias ® criada por mim e que alicerça todos nossos cursos, porque tenho certeza de que antes de nos vestimos com estilos, precisamos amar a mulher que somos e só nos amamos quando nos ouvimos e nos conhecemos.

Vamos juntas!