Numa clara manobra política, os vereadores da mesa diretora da Câmara de Avaré – Flávio Zandoná (vice-presidente), Roberto Araújo (1º secretário), Ana Paula (2ª secretária) e Jairinho do Paineiras (membro e em breve ex-vereador) – assinaram uma notificação para a destituição do atual presidente do Legislativo, Léo Ripoli (PTB).

O fato, além de constrangedor, evidenciou a resposta da base governista ao presidente da Casa que na sessão da semana passada votou pela primeira vez com a oposição, dando seu voto minerva contra a aprovação de projetos – o que não ocorria desde que o vereador Flávio Zandoná assumiu a presidência em 2020, após anos de “oposição”.

Na sessão de ontem (10), a diretora da Câmara, Adria de Paula leu o documento e pediu que Ripoli assinasse. Ele se negou e pediu uma cópia para análise – o que foi negado pela diretora. O que se seguiu foi um ‘festival de vergonhas’.  Logo em seguida houve um bate-boca da diretora com uma servidora e depois com o vereador Carlos Wagner (PSD). Adria chegou a deixar o plenário, enquanto os vereadores da mesa ficaram em absoluto silêncio.

A sessão chegou a ser suspensa e depois retomada normalmente. Em seus discursos os vereadores da oposição se mostraram indignados com a postura da mesa diretora e declararam apoio ao presidente.

A alegação da notificação é que Ripoli estaria sendo omisso e faltando a várias sessões ordinárias. “É fato sua ausência no dia-a-dia desta Casa de Vereadores, o que o torna, em tese, omisso em relação a tais documentos, despachos, pagamentos das obrigações e tributos e demais decisões inerentes a um gestor, principalmente quando se trata de um presidente do Poder Legislativo”, diz a notificação.

O documento cita o Regimento Interno afirmando que “ caso algum membro falte a cinco reuniões ordinárias, isso acarretará da destituição, sem necessidade de passar por plenário”.

Entretanto, isso não procede. Segundo apurado pelo in Foco junto a especialistas, o artigo 40 do mesmo Regimento Interno da Casa é claro : toda denúncia tem que ser recebida e votada em plenário pela maioria simples dos vereadores – o que não ocorreu, tornando o ato ilegal.

Pelo que foi apurado, Leo Ripoli tem até amanhã (12) para se manifestar. Procurado pelo in Foco, ele afirmou que  mantém “a linha de trabalho, buscando um Legislativo mais justo e acessível a todos. Questões pessoais não devem estar acima dos interesses de nossa população. É por eles que estou aqui, e seguiremos assim!”.