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A historiografia de Botucatu terminou 2023 empobrecida pelas mortes de duas personalidades importantes do setor: os escritores e pesquisadores João Carlos Figueiroa e Paulo Pinheiro Machado Ciaccia. O trabalho de pesquisa de muitos anos e os escritos de ambos podem ainda ser acessados nas homepages que mantinham em vida, de forma particular e com recursos próprios, reunindo milhares de documentos, correm sério risco de desaparecer se nada logo for feito para conservá-los.

Figueiroa, que morreu em 31 de outubro, postava seus trabalhos no site “Ybutucatu”, enquanto Ciaccia, falecido em 16 de dezembro, reuniu suas pesquisas e livros digitais na página “História de Botucatu”, os quais foram desenvolvidos com apoio do editor, escritor e numismata Edil Gomes.

A migração de todos os conteúdos para um site oficial seria a melhor solução, na visão de Edil Gomes, que se dispõe a contribuir neste sentido, acreditando na formação de um centro de memória de Botucatu e região. “Mas se nada for providenciado com urgência, Botucatu vai perder parte muito preciosa do seu acervo histórico digitalizado, que não tem cópia em nenhum outro lugar”, adverte.

Apelo

Ciente do perigo de a história regional ser prejudicada pela perda das obras de Figueiroa e Ciaccia, o escritor Gesiel Júnior, de Avaré, amigo de ambos, expôs a situação, em forma de apelo num ofício para a secretária da Cultura, Cristina Cury, no último dia 27 de dezembro. Ela, em resposta, afirmou que iria se reunir com a equipe da Secretaria de Comunicação da Prefeitura, a fim de verificar a viabilidade do pedido.

“Em vida, Figueiroa e Paulinho Pinheiro Machado desenvolveram pesquisas para garantir o resgate da memória botucatuense. Tais obras, com efeito, precisam ser preservadas para a posteridade. Porém, para tanto falta o decisivo investimento do poder público”, afirmou o pesquisador de Avaré.

“Neste sentido, para que esse valiosíssimo material historiográfico não se perca, o recomendável é providenciar a migração de todos esses dados para uma página oficial da Prefeitura, de preferência em link ligado à Secretaria da Cultura”, sugere Gesiel.

Pela grandiosidade e valor cultural desse material, Edil e Gesiel afirmam que outros setores deveriam se mobilizar também, como por exemplo a Academia Botucatuense de Letras, “pois é o registro histórico da região de Botucatu”.